Neste final de semana fomos surpreendidos com a notícia de que o Icab (Instituto e Casa de Cultura Afro-Brasileira) decidiu ingressar com representação criminal junto ao Ministério Público Federal e registrar queixa na Secretaria de Segurança Publica de Mato Grosso do Sul. Pede seja apurada denúncia de crime de racismo por parte da Universidade Federal daquele Estado - UFMS -, por causa da questão 09 da prova de Língua Portuguesa no Vestibular da UFMS, visto ter colocado para serem analisadas sintaticamente as frases: “Ela é bonita, mas negra” e “Embora negra, ela é bonita”.
Consta do noticiário também que o Grupo Tez (Trabalhos e Estudos Zumbi) vai pedir a anulação da questão, retratação pública da UFMS e entrará com ação judicial contra a instituição. O coordenador dos Direitos Humanos da Prefeitura de Campo Grande diz “ter ficado abalado emocionalmente e com um vazio de cidadania” e pretende pedir indenização por danos morais. O presidente da Comissão de Vestibular reconhece que a questão foi “uma escorregada infeliz”. O Reitor da UFMS pede desculpas à sociedade. O ministro da Educação considerou “lamentável a questão formulada por tratar-se de algo muito delicado que é a questão do racismo”, além de ser “grave por ter ocorrido dentro de uma universidade pública”.
Uma celeuma que revela, do lado de nossas autoridades educacionais, ou obtusidade ou falta de conhecimento do que seja racismo ou vontade de aparecer como responsáveis pela condução de uma instituição pública ou tudo isso junto. E, por parte das entidades representativas - Icab, Grupo Tez - e outras instituições que se manifestaram no mesmo teor, paranóia ou, o que é pior, confirmação pública de que existe no país a indústria do antirracismo (ou do racismo, que dialeticamente dá na mesma, por ser ‘indústria’!).
A mesma indústria é capitaneada por advogados chicanistas. Por detestarem o anonimato, querem sempre aparecer e tirar proveito. Para este tipo de gente, até assoar o nariz em público, usando um lenço escuro, é manifestação de racismo. Há alguns meses não vimos pela televisão que prenderam um pobre coitado de um ‘mulato’ porque chamou colega de bar de ‘negro safado’?!...
Quando a paranóia é industrializada pelos manipuladores da opinião pública, é hora de gritar, aos quatro ventos: - Gente, chegou a hora do apocalipse! Até nosso pensamento está sujeito à censura, e, antes de ser verbalizado, incurso na lei antirracismo!
Quisera estar na pele do professor que preparou a prova de português para o vestibular da UFMS e ser levado às barras do tribunal para desmascarar esta indústria do antirracismo que está tomando conta do país. Portaria comigo a Bíblia e perante o Juiz diria : - Senhor Juiz, a frase usada é pura transcrição do Cântico dos Cânticos, cap. I vers. 4 e 5: Nigra sum, sed formosa ... - eu sou negra, mas bela, ó filhas de Jerusalém, assim como as tendas de Cedar e como os pavilhões de Salomão. Não olheis para o eu ser negra, porque o sol me mudou a cor; os filhos de minha mãe se levantaram contra mim, eles me puseram por guarda nas vinhas...
Ou será que a indústria do antirracismo já conseguiu perante a ONU e o Tribunal de Haya condenar a Bíblia como racista?
