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Artigos-->1930-A HISTÓRIA DE UMA GUERRA-Análise crítica -- 04/09/2006 - 08:37 (José Virgolino de Alencar) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
(Análise crítica do Livro de autoria do Jornalista e Escritor paraibano Sebastião Lucena, o Tião Lucena, sobre a Revolução de 30, a morte de João Pessoa, a saga de Zé Pereira e as ligações com o movimento que levou Getúlio Vargas ao Poder e o Brasil ao Estado Novo).





1930-A História de uma Guerra

– UMA GRANDE HISTÓRIA – UM GRANDE LIVRO -





O Jornalista, Radialista, Procurador de Estado, Sebastião Lucena – o Tião Lucena, o Tião Medonho, o irriquieto e agitado Tião – surpreendeu, acredito que a mim e a muita gente, com a fascinante história da Revolução de 30 – A luta de Princeza, um modesto burgo naquela época, contra as forças do então poderoso Presidente do Estado, como eram pomposamente chamados os governadores dos estados.



A surpresa deve-se ao fato de Tião ser conhecido e reconhecido como grande jornalista e, nessa condição, o comum é ver o profissional do batente da redação, ao aventurar-se pela escrita fora do campo jornalístico, não igualar-se ao repórter, ao comentarista/colunista, ainda mais quando a obra de escritor deriva para o terreno da história e da narrativa literária, em não ser uma mera reportagem para jornal ou revista.



É nisso que Tião surpreende, porque 1930 – A História de Uma Guerra é um retrato ampliado que vai além do simples contar dos fatos para enveredar, com maestria, pela análise e interpretação das ocorrências históricas, dos personagens e dos cenários, acompanhando a fiel narrativa seqüencial de um episódio que marca a história da Paraíba e a história do Brasil, dado que os fatos se ligaram à própria Revolução de 30 – a nacional, que levou Getúlio ao poder e o transformou no mito da política brasileira.



Os acontecimentos da revolta princezense, comandada pelo Coronel Zé Pereira, tiveram a participação de forma proeminente de João Pessoa e de José Américo, além de João Suassuna, Álvaro de Carvalho, como da família Pessoa de Pernambuco, transformando-se em fato marcante da História, no seu sentido amplo.



Com o nível de detalhes e de minúcias das ocorrências de 30, não se conhecia nenhum livro tão completo que contasse e registrasse todos os episódios quase que dia a dia, das batalhas pelas cidades, vilas, matas e caatingas do Estado da Paraíba, desde os motivos e as motivações da Revolução até o seu desfecho, como os registros do pós-revolução até a morte de Zé Pereira.



Tião não se limitou a contar uma história com começo, meio e fim, foi além, desenhando um quadro da política da época, como agiam e reagiam os personagens, não só os chefões, como João Pessoa e Zé Pereira, mas os peões da luta e a gente colocada no meio da disputa e do tiroteio, sem ter nada com a questão ou, se tendo, sem saber para que lado correr.



São muitos, no livro, os parêntesis que Tião abre, para destacar episódios situados no centro da querela, descrevendo personagens de qualidade humana ímpar, como até de covardia reprovável, onde o autor explode na capacidade de ver as pessoas pelo lado de ser humano de carne , osso e alma, com virtudes e defeitos.



Conhecendo bem a história como princezense e tendo convivido com muitos personagens e seus descendentes, aliada à vocação nata de escritor, Tião Lucena superou o repórter, o jornalista e a própria condição de conterrâneo, revelando-se narrador e descritor de fatos, com uma linguagem ao mesmo tempo simples, a linguagem do povo, e profunda na forma de dizer as coisas, usando a palavra certa, na hora certa, no contexto adequado, perfeitamente apropriada à narrativa a que se propôs, com a escrita bem cuidada, corretamente vernacular.



Talvez sem intenção deliberada, talvez intuitivamente, Tião fez um livro que se presta, de forma pronta e acabada, a um roteiro de cinema, com as cenas e os quadros formatos, as paradas, os cortes, os ângulos de visão da história, os “flash-backs”, bastando o diretor selecionar os atores, ligar as câmeras e gritar: “ação”.



Espero que um diretor, produtor ou qualquer agente de cinema veja e se interesse pela obra de Tião; não tenho dúvida de que terá em mãos bastante material para um bom filme, ao gosto do grande público.



Leitura agradável, onde um capítulo impulsiona o leitor ansiosamente para o capítilo seguinte, ouso afirmar que ler e curtir o livro de Tião é como se coçar – é só começar.



Parabéns Tião, o amigo.

Parabéns Sebastião Lucena, o escritor.





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