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Cronicas-->O ENIGMA -- 03/02/2002 - 15:23 (Marcelino Rodriguez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O ENIGMA

Seria simplificar muito a vida dizer que somos todos seres apenas humanos. Em primeiro lugar, terí-amos de parametrar: o que é humano? Eu já tenho batido com a cara na porta de tanta gente (mesmo antes de bater), que sou desconfiadíssimo de achar que somos todos humanos e que não há interferência do sobrenatural em nosso destino.
Já percebi, por exemplo, que temos pouca dife-rença dos animais.
Gostamos de aparecer, somos predadores em potencial e estamos perdendo o senso de privacidade e companheirismo. Somos ilhas que se entrechocam, desconfortavelmente.
Temos de lutar pelo "nosso espaço". O mundo é pequeno, não? Gastamos milhões com armamentos e achamos que o nosso Deus (ah, que saudade de quando tinha só um) deve ser muito poderoso.
O meu morreu crucificado e passou não pouca humilhação aqui entre "os seres humanos".
Como somos interesseiros! Vamos tirar o que do próximo, hein?
Já estamos inventando um outro tipo de sexu-alidade: a confusa. Explico. Como os papéis sexuais estão se invertendo (Ah, como eu gostaria de achar uma mulher que fosse delicada como eu. Puxa!), as mulheres já estão pagando pensão e os homens cui-dando das crianças. Está crescendo o número de confusos que pensam que são gays (já repararam o número de jovens gays como cresceu nas últimas décadas. Maior barato, não?)
Penso que tudo isso vem de uma gravíssima desestrutura familiar. Já não existe mais referências. Não temos mais tempo. Principalmente (Deus, como somos covardes!), perdemos o tempo de sermos hu-manos. Não papeamos com nossos vizinhos, o amor e o sexo virou uma competição e não uma partilha. O nosso próximo é o próximo inimigo.
Esse é o mundo que nós, seres humanos, cri-amos. Aceitamos indiferentes todos os descalabros, desde que não atinja nossas cerquinhas. Que, aliás, se a temos, tornamo-nos mais arrogantes, julgamo-nos superiores.
Da minha parte, recuso-me a admitir que toda essa pobreza, mediocridade e violências cotidianas (sem esquecer as violências sutis, posto que só perce-bemos a mesma quando a bomba explode) seja ape-nas obra nossa. Devemos ter ajuda de algum demónio para praticar tanta crueldade.
Pensando assim, e só assim, posto que outra explicação não acho, é que ainda consigo olhar o pró-ximo com a esperança de que ele acorde e perceba que o furo está no casco e se o navio afundar, soço-braremos todos.

Julho, 2000.
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