LEMBRANÇAS QUERIDAS
Raul Pereira Monteiro
De Alberto Agra pra mim,
Em bronze um carro-de-boi,
Por isso, Deus o abençoe
E lhe mande “cambuim”.
“Cambuim” lá do Ipanema,
Junto às pedras do Estreitinho,
Onde Duda e Menininho
Bebiam de fazer pena.
Bebiam e mergulhavam
Zombando da correnteza,
Porque tinham ligeireza
E nos braços confiavam.
Sabonete Carnaval
E uma meióta de cana,
Agachado na savana
Duda era maioral.
Ele guardava o conceito
De pessoa moralista,
Pelo que não dava pista
De ter falta de respeito.
Menininho, ao contrário,
Do seu mano divergia,
E por isso, em toda orgia,
Era seu adversário.
Os da família Carneiro –
Dedé, Duda e Menininho,
Sempre tiveram o carinho
Do famoso Ferrageiro.
Um apoio de vigília
E por demais respeitado,
Foi, de fato, um bom legado
Para orgulho da família.
Raul Pereira Monteiro (80 anos) Alegre e brincalhão. - Alagoano de Santana do Ipanema, radicado na Paraíba. Primeiro em Campina Grande depois em João Pessoa-Pb, onde reside atualmente. Agente Fiscal do Estado da Paraíba. Formado em Ciências Jurídicas. Poeta e escritor, com obras publicadas, inclusive um romance: “Quando a vida era mais doce”. Faz trovas, sonetos e poesias rimadas em geral. Obras: Mosaico Poético (poesia); Imagens do meu Caminho (poesia); Espinhos na Estrada (estórias diversas em prosa); Lembranças ( histórias do passado). No prelo: Nunca mais e Arengas Mesquinhas.
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