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Cordel-->O Clamor das Árvores de Paulo Nunes Batista -- 07/12/2002 - 16:10 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Clamor das Árvores
ABC de Paulo Nunes Batista

ÁRVORE sou: de meus braços- galhos e dedos e mãos;
Meu tronco, meus pés –raízes
No berço de muitos chãos-
Sai VIDA – para animais
E homens, que são meus irmãos.

BELEZA espalho no mundo,
No sorrir de cada flor;
Fartura ofereço aos homens,
Em cada fruto e, de amor,
Garanto a vida na terra
À luz do Sol, meu Senhor!

CUBRO o solo, conservando
Do solo a fertilidade;
Faculto, através da Chuva,
A necessária umidade;
Operando a FOTOSSÍNTESE-
Eu protejo a Humanidade.

DEUS me deu a CLOROFILA,
Verdesperança, onde a luz
Do Sol, por mim absorVIDA.
À fotossíntese onduz
E, da água, do gás carbônico,
Enfim, glicose produz.

EU, da matéria inorgânica,
Faço a matéria com vida
E mais – fabrico o OXIGENIO
À luz solar tão querida;
Só porque EU SOU – têm os homens
A existência garantida...

FOTOSSÍNTESE, milagre
Do meu Reino Vegetal,
Manda, para o ar Vapor D’Agua
Que é chuva em potencial. Sem mim, como viveria
O homem, na Terra, afinal?

CAMELEIRA, seringueira,
Pau-brasil, jacarandá,peroba, pinheiro, cedro
Castanheira-do-pará-
Sou a árvore: na terra
Vida, sem mim, não terá.

HOJE em dia, as derrubadas,
Mais de 300 milhões
Matam, de árvores, num ano,
Em grandes devastações:
No lugar das verdes matas
Ficam- desertos sertões...

INSENSATOS, muitos homens
Vão dizimando florestas-
Soltam serpentes de fogo
Em mil queimadas funestas:
Plantam seca, fome, morte
Com suas ações molestas.

JÁ, de milhões de quilômetros
Quadrados, de imensas matas,
O Brasil foi desfalcado
Por cobiças insensatas...
Derrubam, queimam e não plantam
De novo, essas mãos ingratas.


LOUCURA – é o que estão fazendo
Os pobres homens comigo!
Não sabem que me matando,
Vão se expondo a esse perigo:
Da terra expulsando a vida-

Só fica a morte, consigo...

MOGNO, o “ouro vegetal”
Para “mobília de rei”...
Pau-rosa, nogueira, embuia,
Madeiras tantas, de lei,
Formavam matas...Agora...
Resta um pouco, onde? Nem sei!

NO NORDESTE, as derrubadas
Fizeram, daquele chão,
No “Polígono das Secas”
O inferno em pleno sertão:
Os homens, gananciosos,
Colhem frutos da Ambição...

O Paraná dos pinheiros,
Em pouco tempo, há de ser
(se seus belos pinheirais
não procurar defender)
mais um candidato à seca,
tal o Nordeste a sofrer...

PLANTAM pouco, muito cortam:
Vai-se alastrando a aridez,
A erosão vai caminhando...
A Fauna, por sua vez
Vai sumindo...muda o clima...
Deus fez- o homem desfez!...

Quem é produtor de lenha,
postes, dormentes e tal-
precisa Autorização
do Serviço Florestal...
Quem bota abaixo- e não planta
Pratica um erro fatal

REPLANTAR, REFLORESTAR-
Eis os verbos salvadores,
Ao lado de PRESERVAR.
Lavradores, Cortadores:
Salvemos a nossa terra
Da Seca e seus mil horrores!

SUCUPIRA, jatobá,
Fruta-pão, amendoeira,
Pau-ferro, pau-de-jangada,
Abacateiro, jaqueira:
Árvore sou-magestosa
Como a formosa palmeira...

TODAS as árvores, juntas,
Clamamos, na voz do Vento
Cantando ao dançar das copas,
Contra o vil desmatamento-
A derrubada, a queimada,
Que só trazem Sofrimento...

UMA árvore cortada
É menos pureza no ar...
Quer dizer – menos saúde!
Portanto, vamos salvar
A Humanidade, da morte:
O remédio é – REPLANTAR!

VEGETAL – tudo oferece,
Sem pedir nada a ninguém...
O homem recebe e...se esquece
De retribuir o Bem...
Do jeito que vai, parece
Que o fim muito perto vem...

XUCRO se mostra, quem planta
A sua própria desdita.
Ouve a Voz de meu Clamor,
Homem que na Terra habita:
Se me destróis, sobre a Terra
A vida será maldita!

ZURUÓ, zureta, zote
É o seu jeito amalucado
Que, deitando fogo às matas,
Com seu gesto desalmado
Condena seu próprio mundo
A morrer...desabitado!

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