Depois que o mundo superou duas grandes guerras mundiais, o império capitalista assistiu a derrocada do socialismo real e o processo de globalização da economia foi resoluto aos países desenvolvidos. Mas a dicotomia que associa modernidade e barbárie, riqueza e marginalização, tecnologia e meio-ambiente, trabalho e capital, democracia e ditadura, religião e política, oriente e ocidente, “o bem e o mal” ao resto dos povos e nações dependentes é permanente. Dissociar ou maquiar as contradições existentes faz parte do aparato ideológico das potências mundiais nos Fóruns Econômicos do G-7 e G-8, na indústria cultural norte-americana, no Fundo Monetário Internacional, nas campanhas de guerra e paz da ONU, dentre outros. O novo século evidencia a prematuridade de um mundo velho infectado de moléstias...
Se o “novo sempre vem”, o terrorismo pode ser a melhor definição dos futuros conflitos entre grupos extremistas e nações aliadas às organizações imperialistas. As guerras entre nações até então se mostraram desumanas – e qual é a guerra que não é ?-, porém podemos dizer que as estratégias das forças em confronto não se comparam a uma guerrilha urbana como a deflagada no último 11 de setembro, a uma potência de tal calibre para surtir uma crise global. O novo terrorismo inaugurou o maior uso sistemático do terror, uma guerra sem limites, por ser intercontinental utilizando-se de mecanismos domésticos para o cumprimento de uma operação, que qualquer milícia, grupo ou indivíduo em qualquer província, Estado ou região idealizará seus preceitos.
Entretanto, é preciso refletir! O que é o terrorismo?, Um estado de guerra inventada pela própria guerra?, Uma guerra por “falta de um Estado”?, A melhor estratégia do mais fraco para atingir o mais forte? A fadiga, o medo, a violência atinge com certeza os dois.
A política externa norte-americana nas últimas décadas é a prova das inúmeras ações irregulares geradoras de conflitos: o bombardeio nuclear as cidades de Hiroshima e Nagasaki - o Japão já derrotado, a guerra entre judeus e palestinos na criação do Estado de Israel, as intervenções militares financiadas aos países latino-americanos estabelecendo os regimes ditatoriais, o aparato bélico – inclusive de armas químicas – fornecido ao Iraque contra o Irã e até o ex-agente da CIA Osama Bin Laden, etc, etc,etc...
O terrorismo advém da Guerra, como sem o criador não há criatura. A sua distinção está no fundamentalismo islâmico que procura resistir a modernidade e ao domínio político-ideológico do ocidente. Essa resistência apóia-se na religião e sua política na tradição. Assim percebe-se que o ludismo kamikaze dos muçulmanos só poderá ter trégua quando a política intervencionista do ocidente deixar de ser violenta – essência da guerra e do terror, ou seja, deixar de existir...
O IRA da Irlanda, o ETA na Espanha, fez-se dessa assimetria. Quando um presidente de uma potência como o EUA faz afirmações categóricas ao mundo como: “quem não estiver com os EUA, está contra nós”, “Faremos uma nova cruzada”, “A guerra do bem contra o mal”,“É inevitável algumas perdas de vidas inocentes – sobre o ataque ao Afeganistão - ”; o estado de violência apazigua-se...
Após os ataques sofridos nos EUA as potências do ocidente, como estivessem com um projeto guardado na gaveta, foram unânimes em apoiar as ações norte-americanas – de um dia para o outro - e resgatou a antiga força da OTAN. E concomitantemente os problemas ocasionados pela migração dos países pobres para os países ricos cessassem, os movimentos antiglobalização com sua repercussão mundial fosse instantaneamente abafado, com o pretexto de acabar com o terrorismo onde estiver qualquer país pode ter sua soberania quebrada - uma intervenção política, econômica ou militar -, e dos empoeirados escombros das torres gêmeas surge um patético republicano com a pretensão de ser um grande estadista.
A nova forma que ganhou o terror é a grande dificuldade de identificar quem é o seu maior executor.