DE VOLTA À MINHA TRINCHEIRA
Filemon F. Martins
Depois de alguns dias viajando pelo interior da Bahia, estamos de volta. Neste período assistimos pelos jornais televisivos, o mais fantástico e dantesco escândalo envolvendo políticos e empresários brasileiros.
A CPI dos Sanguessugas finalizou relatório pedindo a cassação de 72 congressistas, suspeitos de envolvimento em fraudes na compra de ambulâncias. Conhecendo os políticos profissionais que nos representam no Congresso Nacional, difícil esperar que haja cassações ainda nesta legislatura. Pior é imaginar que boa parcela destes parlamentares são candidatos à reeleição e serão reeleitos, graças ao descaso e ao despreparo do eleitor ao votar.
A absolvição dos mensaleiros e bingueiros pelo Congresso Nacional nos deixou perplexos, mas não surpresos. Já faz muito tempo que a ética, a moralidade, a honestidade e a honradez se afastaram da política nacional. Infelizmente, o voto se tornou instrumento legal de venda e de troca. Ao assumir o poder, o candidato já se comprometeu com este ou aquele empresário; com este ou aquele distribuidor; com este ou aquele banqueiro e prestador de serviço; com este ou aquele dono de rede de televisão ou dono de jornais, que, a partir dali transforma o interesse coletivo em particular e pessoal.
Os próprios partidos políticos se fossem sérios, não permitiriam a filiação e menos ainda a candidatura de alguém sem ética para gerir recursos públicos, mas ao invés disto, eles estão a mendigar ministérios, cargos em comissão e altos postos na administração federal, onde podem barganhar à vontade. Ora, a prática mostra que para pleitear a reeleição basta contratar uma boa agência de publicidade, dar algumas esmolas ao pobre eleitor e pronto. As pesquisas, (confiáveis ou não) como mostram no momento, garantem o 1º lugar na corrida eleitoral.
Nestas eleições é imprescindível que o eleitor seja consciente para limpar o Palácio do Planalto, o Senado Federal, o Congresso Nacional, os Palácios de Governo e as Assembléias Legislativas de cada Estado brasileiro. O caso de Rondônia não é um fato isolado. Há sanguessugas por todos os lados, se aprofundarmos as investigações. O eleitor, enfim, não pode admitir que corruptos, demagogos e pessoas sem caráter sejam reconduzidos a estes cargos e continuem subtraindo o dinheiro dos cofres públicos, que deveria ser investido em educação, saneamento, saúde, segurança e manutenção de estradas, entre outros.
Vamos acreditar que sua excelência, o eleitor, seja capaz de compreender e punir, através do voto, os maus candidatos, os mensaleiros, sanguessugas e caras de pau, porque se depender dos seus pares e da Justiça, as punições serão adiadas indefinidamente para um dia, talvez, quem sabe?
filemon.martins@uol.com.br
filemonmartins@bol.com.br
|
