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cronicas-->SOU APENAS UM NOME E 32 NÚMEROS -- 22/04/2000 - 20:40 (Rodrigo Teles Calado) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sem ter muito o que fazer no carnaval comecei a pensar nos meus números, com os meus botões. A fazer uma lista deles. E você, quantos números você é? Nunca pensou nisso? Pare para pensar ou então leia essa numérica crónica.

Sim, assim que você nasce, lá na maternidade, começam a te chamar de "o bebê do 209". É o seu primeiro número na vida e seu pai vai jogar no bicho, certamente.

Depois, no cartório, na hora do registro, já te dão um outro número, um pouco maior. Sem falar no número do cartório, no número do livro e no da página. Mas esses ainda contam, tem mais gente neles.

Na escola, você se transforma em vários números, um por ano. Todo ano tem que decorar o número novo para a hora da chamada.

Depois vem o certificado militar que você não pode jamais perder o número sob pena de não poder deixar o país. Mas, para servir a pátria, te dão outro número, bem no seu peito.

No vestibular te dão um número comprido de inscrição e se você entrar na carreira número tal, na faculdade vão te transformar em números novamente. Mas aí você já tirou a carteira de identidade que com outro número vai te acompanhar o resto da vida. Mesmo que você tire segundas ou terceiras vias.

Vai tirar carteira de motorista e, lá em cima, indefectível, outro número para gente decorar. Enorme, como sempre.

Depois vem a vez de tirar o CIC. Outro número, infindo e difícil de se decorar. E com direito a dígito, ainda por cima.

Vai abrir a conta no banco e logo te dão três números. O da sua conta, o do seu cartão de crédito e a maldita senha para o caixa eletrónico. Já contaram quantos dígitos já foram até aí?

Mas a coisa não pára por aí. Entra na Internet e você vira números nunca dantes imaginados. Além dos números da senha que você não pode dizer para ninguém, mudam o seu nome para "macprata@dglnet.com.br". Jamais poderia imaginar usar uma arroba no meu nome. Sinto-me mais gordo ainda.

Entra de sócio no clube. Mais um. O pior é que esse número do clube, ao contrário dos vários outros, já foi de alguém.

Vai fazer o seguro-saúde você vira um número obrigatório para médicos e hospitais. Sem falar no número da sua apólice de seguro do carro.

Lá no INPS sou um número imenso. E no sindicato? E pertenço a dois. A placa do carro não deixa de ser mais um número na sua vida, assim como o endereço com CEP (sabe o seu de cor? sempre perguntam) e tudo.

Mais um para o telefone e outro mais complicado para o celular. E tem que decorar a senha para tirar os recados da secretária eletrónica e outro para os da caixa postal do celular. Sem falar o telefone do fax, se for outro.

E você tem que guardar muito bem o seu título de eleitor com mais um número. Além da zona e da seção.

Se quiser fugir do país de tantos números, precisa de mais um: o do seu passaporte.

Até no bingo Pamplona, gente, me deram um cartão de "cliente preferencial". Com um número, é claro.

Mas não podemos nos queixar. Nunca marcaram um brasileiro com números na própria pele como fizeram, ainda neste século, com pais e avós de muitos amigos queridos.




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