Em que pese o volume de informações e as campanhas oficiais e extra-oficiais visando esclarecer a sociedade sobre o grave problema das drogas, infelizmente o consumo só vem aumentando e a tragédia, lamentavelmente, só se aprofunda, levando para o fundo do poço uma juventude seduzida pela momentânea e ilusória sensação do “barato”, geralmente numa idade em que o jovem tem reduzida capacidade de avaliar o alto preço que o futuro irá cobrar dele, por essa atitude pueril, impensada.
Segundo estatísticas divulgadas por entidades especializadas, 80% dos jovens entre 14 e 18 anos estão entrando em contato com a droga; desse total, ¼ permanece no vício e é por ele destruído, transformando-se num doente e até num criminoso. Nos ¾ restantes, uma boa parte continua usuário, normalmente em ocasiões especiais, festas, embalos, etc..., levando uma vida aparentemente regular, mas sendo um cidadão improdutivo, desmotivado, maníaco-depressivo, o que não deixa de ser preocupante.
Uns poucos abandonam o vício, recuperam-se e retornam à normalidade da vida, não sem antes construir, na família, por algum tempo, um ambiente de conflitos, insegurança, deixando seqüelas que marcam o lar para o resto da vida.
O que preocupa no meio dessa tragédia é existir pessoas, na maioria qualificados formadores de opinião, que defendem a liberação de drogas e a complacência com o consumo, embora não apresentem um convincente argumento ou uma justificativa aceitável. Basta lembrar o perigosíssimo esquema de banditismo que envolve o tráfico e a distribuição de drogas, para que o bom senso reaja de imediato contra qualquer tentativa de tornar legal a venda e o fornecimento de um produto corrosivo para a formação moral do indivíduo, a partir da deformação de sua estrutura bio-psicológica, dilacerando-lhe a alma, arrancando-lhe o caráter e jogando-o na marginalidade.
Quem ouve depoimentos de pais que enfrentaram ou enfrentam o problema, de especialistas que lidam com viciados e delinqüentes de droga ou até dos próprios usuários que travam uma desgastante batalha pessoal com o vício, quem olha atenta e seriamente para esse cenário, que aflige a sociedade no mundo inteiro, jamais, em sã consciência, poderá ser benevolente diante de tamanha desgraça; ao contrário, deve aliar-se à luta, ajudando e colaborando com o aparelho fiscalizador que necessita de apoio na caça aos bandidos e traficantes de droga que, acima de tudo, distribuem a infelicidade e instalam, no seio social, a tragédia diluída na fumaça que sopra de um cigarro de maconha.
O primeiro trago de um cigarro de maconha pode ser o primeiro passo na caminhada, sem retorno, rumo à inexorável tragédia.
|