Fui “chamada”
para uma festa.
Uma festa no céu.
Quando percebi,
eu via tudo e todos,
e ninguém usava véu.
Reconheci muita gente.
Muita gente eu não conhecia.
Cada rosto amigo,
era uma lágrima que descia,
não sei se de saudade ou de alegria.
Era só eu pensar em alguém,
e rapidamente eu o via,
com ares serenos
e gestos tranqüilos.
No ar, calma,
era o que eu sentia.
Olhando para todos,
então eu sorria.
Uma figura
despertou minha atenção.
Tinha um inocente
a segurar-lhe a mão.
Então ele me sorriu
e me reconheceu:
Era meu irmão
e o pequeno ser,
era meu filho
que não nasceu. |