Trapo. Todo amassado
e um fio pende ao vento
Resistência, ainda que programada
a roupa, se é que chama veste,
se sustenta. E permanece meu passado.
Envolto em glórias eu fui
e sufocado pelo pranto eu vou
Cabeça doída e, como casca, pende
entre minhas pernas, com um abraço
de um trapo chamado braço.
Chuva brilha e ofusca
se confundindo com a lágrima.
Oh, gosto salgado que outrora
apetite abria, hoje em dia
à vida reclama e à morte chora.
Sergio Musetti Junior
|