MERO SONETO D’AMOR
Este amor assim insone
Por entre escombros, escolhos
Terrifica, incita, consome
Vísceras, cérebro e olhos.
E por mais que o observem,
Mais indubitável o torne
E aos outros mais enervem
Por menos que se o adorne.
Amor, totem inconsútil
A tantos, letra de bolero
Leviana, vulgar e fútil.
Até onde pode ser útil
Se pacífico, entrevero
E se belicoso, inútil.
Walter Silva
Olinda, 08.09.1989
|