Posso fingir que não vejo..
que não sinto nada..
eu até esqueço..
Automáticos são sempre assim..
assim confortáveis..
a negação é mais confortável..
O esquecimento e as fugas constantes..
No fundo, eu não mudo,
apenas congelo no tempo..
Mas quando me vejo assim..
de volta ao congresso..
carregando seu peso
e suas pessoas
com seus gestos
e suas aparências
Fico completamente "eu"
"eu" triste nada automática
e me entristece saber
que somos poucos..
mas me alegra saber que
você me entende...
E que não estou sozinha
nesta loucura..
eu sempre te encontro
Na letra "C" encontro
que você é (meu) consolo
na letra "L", liberdade
na letra "T" tristeza
na letra "R" realidade
Eu te encontro em cada linha
e em cada letra das minha palavras
Sem você, todas as pausas da minha vida
seriam diferentes...
E eu seria tão cega, que
derretaria de tanta superficialidade.
Antes os automáticos,
antes " eu triste nada automática"
a "eu" cega,a "eu" superfície
de uma ferida tão podre
quanto este congresso.
Automáticos vão e voltam..
equanto isso..
a gente vai levando...