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Artigos-->A Torre Eiffel -- 15/07/2006 - 11:28 (Paulo Maciel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A Torre Eiffel





Inicio este artigo com a transcrição de manifesto que o jornal parisiense “Le Temps” publicou em 1887, a propósito da construção da Torre Eiffel, deliciosa referência que recolhi de edição recente da Folha de São Paulo, na pena do jurista Ives Gandra Martins, que muita gente não deve ter lido :

“Protestation contre la tour de M. Eiffel”

“Nós, escritores, pintores, escultores, arquitetos amadores, apaixonados pela beleza até aqui intacta de Paris, vimos protestar com todas as nossas forças, com toda a nossa indignação, em nome do bom gosto francês, ao qual não se está fazendo justiça, em nome da arte e da história francesa ameaçadas, contra a ereção, em pleno coração de nossa capital, da inútil e monstruosa torre Eiffel, que a língua ferina do povo, frequentemente impregnada de bom senso e de espírito de justiça, já batizou de Torre de Babel. A cidade de Paris vai associar-se, por período tão longo, às bizarras e mercantilistas idéias de um construtor de máquinas, para se enfeiar irreparavelmente e se desonrar?” (o protesto ainda continua com outros dois parágrafos).

Diga-se que a Torre Eiffel foi construída para marcar a realização da Exposição Universal de 1889, na condição de estrutura temporária que seria desarmada algum tempo depois.

Será que é preciso dizer que a Torre Eiffel tornou-se o símbolo da Cidade Luz, um marco importante da própria França?

Pois bem, essa menção me ocorre a propósito do que é muito comum assistir-se nos dias de hoje em nossa amada Salvador quando se pretende promover mudanças na cidade, edificar prédios na Orla, autorizar obras que modernizem sua feição, e coisas que tais.

A ação dos que defendem a pureza de certos sítios arquitetônicos é tão forte que há quem queira a desmontagem da sede da Prefeitura, na praça municipal, embora se tenha permitido, sem muita reação, a destruição da Biblioteca e do Arquivo Públicos que ali existiam...

A força dos ambientalistas, de arquitetos engajados em exacerbados movimentos de preservação, de grupos militantes de visão anacrônica é tão grande que muitas iniciativas dos órgãos públicos, como é o caso da legislação sobre um novo plano diretor da cidade, são paralisadas indefinidamente.

Eu me lembro, por exemplo, de que um ousado empreendedor baiano, muitos anos atrás, apresentou projeto para dotar a cidade de marina compatível com nossa tradição marítima, em que constava, se não me engano, a construção de uma ou duas torres onde se instalariam hotéis, lojas comerciais, centros de lazer e outros equipamentos para desfrute da população. Houve tal celeuma, na época, que do projeto só restou a própria marina, hoje considerada das melhores do país.

Pode-se perguntar agora, decorridos cerca de vinte anos, se aquelas torres não se teriam transformado em grande atração urbanística e turística de nossa capital, tal como aconteceu com a edificada por M. Eiffel?

Nossa preocupação em defender a preservação de patrimônio histórico de incalculável valor como o que a Bahia dispõe não deve resvalar para a posição de quem é sempre contra a análise e aprovação de certos projetos, que podem conviver perfeitamente com a riqueza de monumentos, casarios, igrejas e sítios que distinguem nossa cidade de todas as outras.

Afinal, ninguém é doido de tentar construir no Pelourinho um espigão, mas a implantação de dois edifícios-garagens foi algo de grande importância para a área.

Às vezes fico pensando que o Forte do Mar e o Elevador Lacerda, que são ícones de nossa terra, não seriam construídos se já existisse um movimento de defesa do meio ambiente tão poderoso quanto o atual..

Salvador, 15/07/06



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