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Cronicas-->OS REIS MAGOS - 1978 -- 29/01/2002 - 17:44 ( Alberto Amoêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Olhando o futuro sob uma chuva fina a assentar a poeira da rua vi as casas e as necessidades...
Aqueles homens rindo a toa na esquina da cidade eram os meninos, os meus amigos que sonhavam.
Ah quanta saudade!...
Hoje são carpinteiros, pedreiros, vigilantes, escoteiros, servidores públicos, gerentes, gente humilde, marinheiros...
E o quanto revê-los me dá forças e tráz felicidades pra continuar nessa árdua caminhada.
Aqui sempre foi a vida uma dificuldade.
As vezes quando davamos por fé, algué jaz de fome ou de bala, de víco ou maldade. Mas dentre as coisas que dificultam ao homem sobreviver, vencer ou ver os seus ideais realizados é a maior vitória ou única promessa de esperança ou futuro.
E a nossa história começa sob o slogam da mercearia local "A vez é sua ", localizada na rua do Fio, canto com a passagem Brotinho. Alí ponto de encontro da casualidade ou informalidade, onde os meninos sempre se reuniam.
E naquela noite serenamente manhosa, de repente eles apareceram, sem pensar em entrar pra história, sem almejar lisonjas ou qualquer outro quinhão de cunho exaltativo. Não fora a prêmissa do pedido da alma, de uma idéia anónima e sincera, fragmentada em várias cabeças, que discutiam sob os designos tênue do momento, algo a fazer,a um passo da hora do natal.E exatamente às 23:50 horas Júnior, Gel, Betinho, Calandrine,Rubinho, Robertinho, Marcelo, Ronaldo, Rildo, Marivaldo, Juarez, Eduardo, Reis entre outros aglomeraram-se naquele canto, a luz do poste que ficava no meio da rua, sob o toque dos sinos da igreja do Perpétuo Socorro, em coluio com os fogos apressados, e o barulho de garrafas batidas e os toques nos postes... Os meninos seguiram em procissão.
Batiam de casa em casa, desejando um feliz natal e seiando com que tinha na casa ou quando tinha. O importante era ver o sorriso nos rosto estampar, sentir a troca de afeto quando se começava a abraçar ou se apertar as mãos...
Diziam os garotos em coro:
- Feliz Natal D. Maria, Feliz Natal Sr. Raimundo; Feliz Natal Sr. Sinval; Feliz Natal D. Emília; Feliz Natal D. Otália; Feliz Natal D. Júlia, Feliz Natal D. Lúcia, Feliz Natal Sr. Getúlio, Feliz Natal Sr. Adão, Feliz Natal D. Celeste, Feliz Natal Sr. Samuel, Feliz Natal D. Julinete, Feliz NatalSr, Fortunato,Feliz Natal D. Maria, Feliz Natal D. Isabel, Feliz Natal Sr. Raimundo,Feliz Natal D. Helena, Feliz Natal Sr. Venàncio, Feliz Natal D. Raimunda, Feliz Natal D.Jacicleia,Feliz Natal D. Araci, Feliz Natal D. Mariazinha, Feliz Natal Sr. António,Feliz Natal Célia, Feliz Natal Sabá, Feliz Natal Sr. Quincas, Feliz Natal D. Alvina, Feliz Natal D. Raimundinha, Feliz Natal Sr. Raimundo, Feliz Natal D. Rosa, Feliz Natal D. Oscarina, Feliz Natal Sr. Carlão, Feliz Natal Sr. José Maria, Feliz Natal D. Regina, Feliz Natal D. Graça, Feliz Natal D. Wilse, Feliz Natal D. Paixão,Feliz Natal Sr. Peri,Feliz Natal D. Maria,FEliz Natal Sr. Dico,Feliz Natal D. Mimim,Feliz Natal D. Mirosa,Feliz Natal Sr. Evandro, Feliz Natal D. Florinda, Feliz Natal Sr. Militão, Feliz Natal Sr. Orlando, Feliz Natal D.Desuite, Feliz Natal D. Maria, Feliz Natal D. Irene, Feliz Natal Zé Carlos e família, Feliz Natal Professor Aloisio, Feliz Natal, Feliz Natal ,Feliz Natal...
Depois da andança concentravam-se em frente a casa da vizinha Araci, a mãe do Júnior e quem quer que passasse naquela hora, fora ele a trabalho, à festa ou simples transeunte recebia um glamuroso Feliz Natal, que paulatinamente estendia-se até o ano novo.
Se as horas passavam;
Se chovia;
Se estava escuro... Nada importava, tudo era alegria, que contagiava, que formava aquela jovem guarda, aquela bossa nova, aquela euforia.
A alma forjava no peito juvenil o prazer de dividir o sorriso puro daqueles que um dia foram crianças num País que tinha orgulho...que esperançava o futuro.
E que ainda, nos dias de natal e ano novo remonta na memória de quem fez parte desse ou daqueles dias, que com certeza ajudou muita gente a crescer. E quando se ouvia dizer os meninos da rua... Eu digo foram os Reis Magos daquela fantasia, dentre tantas feridas do dia-a-dia.
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