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Artigos-->O "timinho" do Parreira -- 02/07/2006 - 19:32 (Paulo Maciel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O “timinho” de Parreira





Chamar de timinho a uma seleção formada por grandes craques, jogadores que são disputados pelos melhores times da Europa, alguns que ganham milhões de euros e um deles que até foi eleito o melhor do mundo por dois anos seguidos pode ser visto como uma leviandade, uma falta de consideração com esses profissionais da bola, reverenciados por onde passam por torcedores fanáticos.

Mas eles não merecem o meu respeito e é assim mesmo que vejo essa seleção que saiu daqui sob a mais otimista expectativa. Para mim, das que vi jogar, foi a que fez a pior campanha, um time sem alma, desfibrado, covarde.

O tal melhor do mundo apareceu como um atleta bisonho, exclusivamente preocupado com jogadas de efeito e ostentando aquele riso inexplicável, idiota.

O time de Gana, a quem vencemos por largo placar, exibiu o verdadeiro futebol brasileiro, ágil, envolvente, criativo, dono do meio de campo, com passes rápidos de pé para pé. Pena que não sabia chutar a gol!

Os onze de nossa seleção me lembraram aqueles apáticos funcionários públicos que vão para o escritório todo dia, assinam o ponto, fazem “cera”, encaminham os processos para obtenção de pareceres técnicos protelatórios e ficam esperando a hora de marcar o ponto outra vez e voltar para casa.

Talvez melhor chamar nossos jogadores de burocratas do Parreira, do que de timinho.

A imagem mais poderosa da atitude que prevaleceu em campo, na partida contra a França, foi a do gol marcado por Thierry Henry. Enquanto ele entrava sozinho na pequena área para vazar o goleiro Dida, cinco dos nossos, postados ao longo da linha da grande área não se moveram para acompanhar o lance, enquanto Roberto Carlos, marcador do goleador, ficou parado, ajeitando as meias... E depois eles continuaram jogando como se nada tivesse acontecido, praticamente para cumprir tabela, perdidos, sem comando, desarvorados. Em noventa minutos Bartez só cometeu uma defesa, o único chute de Ronaldo que acertou o gol. Morreram sem tentar, se entregaram.

O time saiu do Brasil super-favorito, certo de que ganharia a copa porque a imprensa assim apregoava e porque os adversários lhe entregariam os jogos de bandeja, intimidados diante dos cinco títulos dos brasileiros.

Para quem viu a garra com que Portugal, Argentina, Alemanha, Inglaterra e Itália jogaram, entre outras seleções, os guerreiros em que se transformaram seus jogadores, nosso desempenho nesse aspecto foi simplesmente pífio. Com tantos “craques” no plantel aquele que mostrou entusiasmo, que verdadeiramente se empenhou com denodo, que tentou motivar os demais foi um zagueiro – Lúcio – que muitas vezes foi à frente para fazer o papel dos atacantes.

É evidente que Ronaldo estava muito acima do peso, sem ritmo de jogo, incapaz de tentar as arrancadas que o tornaram goleador insuperável, que Roberto Carlos assumiu a postura de prima-dona e que o melhor do mundo bastou-se com a própria fama. O time não treinou o bastante, não pegou no pesado, não alcançou a preparação física necessária para concorrer com os azeitados atletas das outras equipes. E muitos estavam preocupados em quebrar recordes

Para quem acompanha os campeonatos mundiais de voleibol fica patente que nossa seleção só conquista os primeiros lugares porque procura fazer mais e melhor do que as outras, seja na condição atlética, com horas e horas de exercícios físicos e preparação técnica, seja no ensaio das jogadas que possam surpreender os adversários, seja no intenso treinamento a que se submetem.

E olhe que nossos jogadores de volei também são considerados como dos melhores do mundo, em condições semelhantes aos do futebol. Mas, aqui, a dedicação, o empenho, a disciplina tática e a competição entre eles para garantir lugar no time são fatores absolutamente diferentes. Como bem distinta é a atitude do treinador, que mesmo sabendo ser impossível alcançar a perfeição faz tudo para atingi-la.

Fico em dúvida se nossos craques, a CBF e a tal de Comissão Técnica aprenderão a lição com esse fracasso. Se isso não acontecer, a conquista do hexa ficará cada dia mais distante.

02/07/06







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