Existem alguns políticos que estão há décadas no poder e se reelegem a cada eleição sem sequer subir num palanque para pedir votos. Não precisam beijar criancinhas ou comer sem ter fome só para agradar aos eleitores. Estes homens, e não existem mulheres com esse perfil, têm uma causa a defender e eleitores cativos que dirigem as suas decisões. Podem ser considerados os ‘caciques’ da política brasileira, são a elite do parlamento.
Visitando as páginas dos senadores e deputados na internet, observa-se que alguns políticos estão no poder há cerca de 20 ou 30 anos e sequer são conhecidos do grande público.
Eles representam apenas um segmento da sociedade e não se interessam pelos outros setores. Não buscam os votos de outra classe social. São eleitos para fins específicos e por pessoas escolhidas por eles. Não fazem comícios, não distribuem santinhos ou calendários. Sequer aparecem nos programas do partido na televisão. Não precisam mais vender suas imagens. São excelências cuja carreira política caminha sozinha, tal qual uma empresa sólida. Representam os setores mais organizados e ricos da sociedade.
Para estes políticos não interessa o que pensa outro setor da sociedade, eles são fiéis ao seu eleitorado e aos seus partidos, não mudaram de partido ao longo de suas carreiras.
Eles são fiéis, não traem o eleitorado nem se envolvem nos assuntos voláteis do dia-a-dia e raramente discursam ou apresentam projetos. São uma espécie rara de político, pois consultam o eleitorado antes de qualquer votação e embora tenham opinião e voz próprias, votam conforme orientação dos eleitores. Para estes políticos, o cabresto mudou de lado, o eleitor é quem o tem preso ao cabresto (prática muito usada pelos políticos às camadas mais pobres, para obrigar o eleitor a votar num determinado candidato).
Neste caso não é o eleitor quem escolhe o político, é sim o político quem escolhe o eleitor. Há um verdadeiro entrosamento com o eleitor que acompanha todos os seus passos. Na hora de o partido escolher quem irá representá-lo o político aqui relatado não disputa vaga com outro correligionário. É o candidato natural do partido. É unanimidade!
Noutro lado existem os políticos que por serem novatos ou, mesmo sendo veteranos, não têm opinião formada sobre que causa defender e não têm eleitor cativo, e nem segurança na reeleição.
Muitos desses políticos são despreparados, e aqui entram as mulheres, tanto nos discursos dos assuntos diários como na defesa dos seus projetos. E mesmo assim, aparecem em quase todos os programas do partido, não rejeitam uma entrevista para as emissoras de rádio e televisão do Senado ou da Câmara e, geralmente, não defendem com segurança e convicção as suas idéias. Mostram-se inexperientes e ansiosos com o que dizem sobre a sua reputação.
Na hora de o partido escolher quem o representará, estes políticos sempre concorrem com outros correligionários, pois não são unanimidades. Seus discursos são geralmente lidos, e muito mal lidos, numa clara demonstração de que foram escritos pelos assessores e que nem deram uma olhada antes de subirem à tribuna.
Enfim, estes políticos são do tipo que subornam os eleitores para votarem em seus nomes e nunca têm certeza da reeleição, por isso, procuram ter o eleitor preso ao cabresto eleitoral.
