Quando teu sorriso me vem,
Fico contente.
Quando cantas,
Doce é te ouvir.
Dos teus lábios,
Sempre poemas,
Ora ternos, ora quentes.
Ah, se aquilo que me confessas,
Falasse alto o bastante,
Para minha alma ouvir!
Sempre teu olhar me busca,
Mas não encontro a aurora que preciso,
Aquele encanto da manhã nascente.
Assim ficamos, anos a fio.
Tu, contando a todos que me queres,
Eu, brincando que não acredito.
Falta-nos o destino.
Não nos reservou o amor,
Só essa amizade de anos,
Tantos momentos juntos
e jamais me vem a chama.
Talvez haja outra mulher em teu caminho.
Não eu, que amo outro, ainda.
Triste ironia.
Eu que quero tanto te amar,
Não bebo a taça que posso,
A taça que transborda, fresca,
A taça que promete tanto.
Mas essa taça existe
e talvez por isso
possa eu viver contente.
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