Eu tenho saudades de Cataguases,
seus aviões caindo no horizonte.
Zé Aipim, que virou nome de fonte,
adorava zombar das minhas crases.
Na manga escondida havia dez ases.
No peito só, a solidão de um monte.
E o ruído do silêncio, a ponte
com o silêncio áspero das frases.
As freiras se reuniam no almoço
e exclamações meio tumultuadas
("Deus me guarde!" "Que rapaz!" "Que colosso!")
cruzavam-se com os passos das fadas.
Um comunista perdia o pescoço
entre lágrimas secas, abafadas... |