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Artigos-->Guerra Brasil x Bolívia -- 17/06/2006 - 09:37 (Paulo Maciel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
E se o Brasil declarar guerra à Bolívia?



“O que é bom para os Estados

Unidos é bom para o Brasil.”

Juracy Magalhães





A propósito da iniciativa do presidente Evo Morales de nacionalizar as empresas que a PETROBRÁS possui na Bolívia, principalmente as refinarias e as atividades de produção de gás, o diretor do Sindicato dos Petroleiros de São Paulo, Antônio Spis, declarou o seguinte: “nossa posição é de apoio integral à decisão do presidente boliviano. Se o Brasil pode ter controle sobre o seu petróleo, por que a Bolívia não?”

A bombástica frase do líder petroleiro se apóia em premissa equivocada: a Bolívia tem o total controle sobre seus recursos naturais, petróleo inclusive, assim como nosso país. As riquezas do subsolo são patrimônio da nação, que pode permitir sua exploração por terceiros, como ocorre na maior parte dos países, ou estatizar sua exploração, como acontecia por aqui antes da quebra do monopólio da PETROBRÁS.

Ainda não se sabe precisamente quais as conseqüências do gesto pirotécnico e eleitoreiro do presidente Morales, embora nos últimos dias o governo boliviano tenha dado conseqüência ao seu ato, com a nomeação de novos diretores para a PETROBRÁS daquele país, endurecendo suas declarações.

Assim como parece precipitada a declaração do sr. Spis, muito provavelmente um sindicalista ligado à CUT, muitas das manifestações de oposicionistas e de gente do governo também soam fora da realidade. O problema criado pelo atual presidente da Bolívia, que apenas cumpre promessa de campanha, é de grande complexidade para os dois lados envolvidos.

Nós precisamos danadamente do gás que vem daquele país, fonte energética que atende a mais de 50% das necessidades das indústrias paulistas, enquanto a Bolívia não dispõe de outro cliente do porte do Brasil, para o consumo de seu gás.

Mas, o objetivo deste artigo não é discutir a posição do governo boliviano, mas examinar com mais acuidade a manifestação do diretor do Sindicato dos Petroleiros de São Paulo.

De certa forma, a manifestação do sr. Spis me trouxe à lembrança dois momentos emblemáticos da história do país, criados por declarações igualmente perturbadoras.

A primeira delas vai por conta do que disse Luiz Carlos Prestes, principal dirigente do Partido Comunista do Brasil, num período em que essa agremiação atuava livremente na política nacional, com vários representantes na Câmara dos Deputados.

Perguntado de que lado ficaria no caso de uma guerra entre a Rússia e o Brasil, Prestes afirmou que “faríamos como o povo da resistência francesa, o povo italiano, que se ergueu contra Petain e Mussolini... e empunharíamos armas para fazer resistência em nossa pátria contra um governo destes, retrógrado, que quisesse a volta ao fascismo”.

A infeliz declaração acarretou o cancelamento do registro do PCB e, logo em seguida, a perda de mandato de seus representantes na Câmara.

De igual modo desastroso agiu Octávio Mangabeira, senador pela Bahia, ao beijar a mão do presidente americano Eisenhower (para demonstrar gratidão pelo homem que comandou a vitória das forças aliadas na guerra contra a Alemanha), quando veio ao Brasil.

Todos nós compreendemos que o sr. Antonio Spis preste “apoio integral” à ação de Evo Morales. É seu direito. Se desconsidera os interesses brasileiros é problema dele.

Não obstante, a gente é levado a perguntar: e se o Brasil também endurecesse com a Bolívia e viesse a se criar uma situação de beligerância entre os dois países será que o sindicalista do PT continuaria a apoiar o Evo Morales e, como Luiz Carlos Prestes, lutaria para garantir a ele o direito de exercer sua soberania da forma como o fez?

Ainda quando nosso país possa não estar inteiramente correto nas atitudes que adote em relação a outras nações, em caso de conflito intransponível temos que cerrar fileiras ao lado das autoridades constituídas, como forma de demonstrar cidadania e patriotismo. Questionar nossa posição no calor da hora é atitude de “quinta coluna”.

02/05/06























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