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Artigos-->Por que comprei um Picasso -- 15/06/2006 - 13:01 (Paulo Maciel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Por que comprei um Picasso





É certo que ninguém está interessado em saber por que comprei um Picasso, mas como a história é um tanto curiosa resolvi contá-la.

Em primeiro lugar devo esclarecer que infelizmente não se trata de uma tela do mestre da pintura espanhola, o artista cujas obras alcançaram os maiores preços no mercado.

Tudo que acumulei durante a vida não me permite comprar sequer um Di Cavalcanti, quanto mais um quadro do famoso autor de Guernica.

Na verdade trata-se de um automóvel Xsara, fabricado pela Citroën, aqui mesmo no Brasil.

O caso é que desde 1996 amigos e ex-colegas aposentados – Arlindo Maltez, Edvaldo Andrade, Wilson Pizzani - e eu decidimos realizar pelo menos três viagens por ano para cidades do interior da Bahia, pelas péssimas estradas do estado. Em meu carro, naturalmente.

Já estivemos na Chapada Diamantina, em Juazeiro, minha terra, Xingó e Paulo Afonso, uma vez fomos até o Recife, parando em Aracajú, Maceió, Garanhuns e Gravatá, uma viagem e tanto, mas em geral vamos mesmo é a Caldas do Jorro, estância de águas minerais do município de Tucano. Não há nada para fazer por lá, salvo comer bem, encarar o banho térmico da fonte com temperatura de quarenta e oito graus, papear e visitar as cidades vizinhas. Vocês podem até não acreditar, mas nos últimos anos estivemos no Jorro dezenove vezes, repito, dezenove vezes!

Pois bem, no princípio usávamos uma caminhonete Bonanza, fabricada pela Chevrolet, mas depois que a vendi passamos a um Santana, da mesma fábrica. Ninguém reclamava do veículo e Pizzani até gostava. Mas esse bom companheiro cansou de tanta viagem, fez a falseta de nos abandonar e foi para outra dimensão, onde está à nossa espera.

A partir daí, tanto Maltez como Andrade, que recentemente adotou o apodo de Macambira, começaram a dizer que o automóvel era apertado para quem viajava no banco traze iro – sempre Maltez, já que Macambira se diz co-piloto – e passaram a defender a troca do carro por um modelo maior, mais confortável.

De tanto insistirem acabaram me convencendo da necessidade de substituir aquele modelo, o carro de melhor custo-benefício do país, por um outro, que naturalmente seria mais caro.

Devo informar previamente que não dou a mínima bola para carros, não entendo de sua mecânica, potência, capacidade, enquanto eles são verdadeiros experts na matéria.

Não obstante, disse aos dois que minha escolha recaia no automóvel que a Ford estava fabricando em Camaçari, bonito, de linhas elegantes, espaçoso, o EcoSport, que muitas mulheres passaram a usar.

Concordaram. Fomos então a um revendedor para conhecer os vários modelos, do mais simples, standard, ao mais luxuoso.

Foi então que os dois resolveram experimentar o veículo, no que se chama hoje pernosticamente de test-drive. Saímos, portanto, para uma volta, primeiro sob a direção de Maltez, enquanto Macambira se posicionava ao lado dele. Depois, a situação se inverteu, Macambira passou ao volante enquanto Malta foi para trás a fim de verificar se o espaço permitia que se acomodasse confortavelmente.

Depois do teste, escolhemos o modelo, discutimos o preço e forma de pagamento e deixamos praticamente acertada a compra com o animado vendedor. Ficamos de voltar no dia seguinte para formalizar o negócio.

Vinte e quatro horas depois, quando nos encontramos no escritório, na Cidade Baixa, Maltez, com aspecto de quem fez uma descoberta genial, foi logo dizendo:

- Pessoal, achei o carro que iremos comprar. Ontem, quando voltava para casa, pela Paralela, dei uma entrada na loja da Citroën, testei um automóvel deles, o Picasso, e decidi que aquele seria o carro para nossas viagens.

E concluiu:

- Vamos correndo para lá!

Bom, nem é preciso dizer que Macambira também adorou o modelo, recomendou a compra do vermelho escandaloso, que apelidou de vermelhinho, e afinal, depois de apressada negociação, de um empréstimo que tive de contrair para completar o dinheiro que faltava, saímos de lá donos de um belo Picasso, que tem nos servido há três anos.

Foi tudo tão rápido e inesperado que não deu nem tempo de me sentir feliz com a aquisição realizada, embora eles tenham comemorado o feito com alegria.

15/06/06









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