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Poesias-->Conversa -- 06/06/2002 - 00:17 (Roni Mocchegiani Araujo) |
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Quando a noite batia na minha janela
Eu ficava quieto pra ela pensar
Que eu não tava lá, que eu tinha amanhecido
É que nesse tempo eu não tava sabido
Que a noite conhece a respiração
De quem já andou no meio da escuridão
Depois aprendi que devia cantar
Com a mão firme na viola santa
Pra que a noite se cansasse de insistir
E soubesse logo que eu não ia ouvir
Porque minha canção seria bem mais bela
Que as batidas da noite na minha janela
Mas um dia vi que não podia mais
Viver sempre surdo aos meus próprios ais
Cansei da chatice de se repetir
A canção do medo, e admiti
Que a voz da noite tem origem sim
No meio da sombra que ainda mora em mim
A janela aos poucos hoje quero abrir
Enxergar meu mundo sem querer fugir
Pular a janela, começando assim
A viagem longa pra dentro de mim
Pois o fim da trilha, além dos sonhos meus
Vai dar justamente no quintal de Deus
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