AH! AMAZÔNIA!
Ana Zélia
Nuvens escuras cada vez mais negras circundam teu céu.
Proprietária da mais rica região do planeta, floresta, rios, fauna, flora.
Hoje virou proletariada.
O Brasil continua deitado em berço esplêndido e tudo teu saqueado.
A globalização, o sistema neoliberal adotado no país comandado em sua maioria por banqueiros internacionais.
Já nascemos devendo, propagam que quitamos a “ dívida externa”, mas Tio Sam continua emanando ordens.
Precisamos de mais e mais “Amazônias” para quitarmos à eterna “dívida externa”, iceberg capaz de destruir outros “Titanics”.
__ Levantai-vos escravos vivos, os mortos nos foram exemplos.
Os feitores voltaram com mais força ao poder.
Disfarçados em peles de cordeiros- São tiranos...
Levantai-vos escravos todos, o açoite nos tira o sangue.
O homem se curva às correntes que lhe prende a alma. _ Já não chora, só sente.
A serra de Carajás silenciou. A de ouro virou “Serra Pelada”, as águas do maior rio do mundo serão privatizadas, levadas em tanques, lastros de navios, para abastecer países distantes em troca de nada.
__ Levantai-vos escravos todos, deixai apenas o país deitado.
Ele que já foi verde, amarelo, teve seus heróis.
Hoje temos um povo oprimido, calado, sem esperanças no porvir.
Ah! Amazônia! Quanta falta faz ao homem a perda da identidade que o fez respeitado.
A Zona Franca de Manaus, “Galinha dos ovos de ouro”, na capital do maior Estado da Federação, inchada pelo excesso de população em busca do “Eldorado”, foi degolada.
Roraima, Rondônia continuam recebendo levas e levas de irmãos desempregados, sem sonhos, nada...
Nossa bandeira se confunde com a dos americanos, senhores do mundo, xerife do Universo, donos do mercado.
__Ah! Amazônia! A besta se aproxima, ronda nossos vizinhos, preocupando nossos Guardiões. O Exército Brasileiro treina diuturnamente seus homens, os filhos da região, para nos defender, matar ou morrer.
É o Apocalipse anunciado.
Ou nos unimos em defesa do patrimônio brasileiro ou seremos dizimados como nossos aborígenes em mais de quinhentos anos.
A Soberania Nacional corre riscos.
O Glorioso Exército de Caxias, a Marinha de Tamandaré, a Aeronáutica de Eduardo Gomes,
pertencem ao Ministério da Defesa, batem continência a civil.
Levantai-vos escravos vivos, poetas todos, somos os fotógrafos de nossa época, deixemos gravado, filmado nas letras nossos protestos.
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Este é um desabafo de uma guerreira, filha do Amazonas, que por arma só tem a coragem e o respeito por nossas Instituições. Ana Zélia
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