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Poesias-->QUASE NOITE, QUASE DIA -- 05/06/2002 - 13:17 (Sergio Paulo de Melo Feitosa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Era quase noite, quase dia

E poderia ser o poeta do instante escrito

Da poesia

Arredia,

Que me trouxe ao longe,

Sem voz entrecortada e abraço que finda,

Os sonhos e as palavras da musa

Ausente... presente...

Distante... ardente.



Não era mais noite

Talvez por conta de seus olhos

Que claros, não sei,

Embriagou o verso

Transverso da luta e do cansaço.

Ou mesmo a pele,

Que sei ser morena... suave...

Febril...

Me cobriu

E adormeci.





E se havia ainda escuridão

Talvez fosse a teia de seus cabelos longos.

Será?

Ou como o sopro dos ventos,

Que até mim chega

como surpresa,

não me diz aonde vai.



Seria dia

Sua luz que brilha mesmo na manhã

Que não surgiu

E que não poderia esperar.

Era presente como o mar

Que retira-se...

Recua suas ondas...

Humildemente às vezes chega

Às vezes revolto,

Envolve-me os pés:

Não me perdoa a proximidade.

quebra meus diques

encharca as ruas

Invade minha cidade.





Não saberei realmente

Mais minhas noites e dias

E se preciso de você,

Musa, jamais arredia....

Fecharei os olhos... verei seu outro nome

Na noite que se ilumina com sua fugaz chegada.

E escreverei por cantos e recantos

Se deixares,

Minha poesia inacabada.



Serei como você, meu mar

E se quiseres lhe invadirei

Pelos dias que não terei.



Sei disso!

E movendo-me pelas linhas que fecundo

Terei a mulher que me encanta

Que me inspira.

Serei você

E viveremos o momento

Num inexplicável e febril mundo.









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