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Artigos-->DA ARTE DE LER E ESCREVER -- 27/05/2006 - 17:21 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
DA ARTE DE LER



Francisco Miguel de Moura*





A crítica e a autocrítica são as duas melhores armas para a vida.

Não somos obrigados a aceitar a opinião de ninguém mesmo que seja um Arthur Schopenhauer (1788 – 1860), autor de uma “A arte de escrever”, onde reuniu vários ensaios relacionados com a escrita e a leitura. Ele nos diz, a certa altura: “O meio mais seguro para não possuir nenhum pensamento próprio é pegar um livro nas mãos a cada minuto livre. Essa prática explica por que a erudição torna a maioria dos homens ainda mais pobres de espírito e simplórios do que são por natureza, privando também seus escritos de todo e qualquer êxito.” Pensamento que chama a nossa atenção para a quantidade e variedade de nossas leituras, para a falta de projeto.

Dando-se-lhe os necessários descontos, há alguma razão no que se refere aos eruditos. Por que estes jamais conseguem um pensamento original, um caminho, sempre trilhando o rastro do outros? Cultura é pra ser reestudada, incorporada, reinventada, renovada sempre. É aceito que se selecionem as leituras, principalmente quando vivemos num grau muito intenso a época do consumismo exagerado, e os meios de comunicação e comércio entram em tudo (e fazem um papel nem sempre benéfico).

É preciso, antes de tudo, saber por que se lê. Para divertir-se, leia um romance leve, onde o prazer do amor e de outros sentimentos saudáveis tenham peso; ou escolha um livro de contos não muito longos, pois mesmo na nossa literatura existem muitos e bons autores, a começar por Machado de Assis, Monteiro Lobato, Clarice Lispector, Lygia Fagundes Teles; ou um volume de crônicas humorísticas, líricas ou realistas como as de Raquel de Queiroz; poesia é mais fácil ainda de encontrar: Drummond, Bandeira, Quintana, Mário Faustino; enfim, uma infinidade de coisas boas que o mercado nem sempre mostra.

Para despertar seu pensamento, nada como ter um filósofo à mão: um Kant, um Hegel, o próprio Schopenhauer, entre tantos outros, pois a seara é enorme. Mas apenas para despertar o cérebro da letargia de um bom almoço, de uma tarde quente de verão ou de outras coisas da vida. Enfim vivemos. Ter sempre em mente que, para o pensador, quanto mais livre for mais criativo será, o que vale também para o poeta. O poeta deve estar sempre em busca do seu próprio poema, de uma originalidade que a leitura sem planejamento ou destino atrapalhará. Como o arquiteto, não necessitará de ver muitas construções, para arquitetar a sua. Quanto ao ler para fazer crítica... Aqui, sim, precisa-se de muitas leituras, primeiramente rápidas, depois ordenadas e direcionadas é claro. Muita leitura mesmo, tanto do objeto a criticar (poesia, romance, conto, novela) quanto da crítica a respeito, e assim das teorias da arte; leitura da história, da estética, da psicologia, das obras de psiquiatria, da filosofia, dos bons tratados de ética, enfim um nunca acabar de leituras. O que é dito em relação ao crítico vale também para o professor, em maior ou menor grau.

Tudo isto só para que se tenha um público de leitores (e ouvintes). Estes vão procurar o que ler em prateleiras abarrotadas, muitas vezes sem nenhuma orientação, somente pela urgência do seu interesse. E hoje há livros para tudo. “Tudo que é importante no mundo, aconteça quando acontecer, acabará num livro”, disse um pensador moderno, cujo nome me foge à memória. Não significa que todos os livros que existem são importantes. Como não o são todos os filmes, todas as músicas ou têm importância igual. Importância para quê? Para construir-se uma vida feliz. E normalmente quem lê é feliz ou está feliz enquanto o faz. A arte de ler é uma arte na vida moderna. Passar por “esta vida em brancas nuvens” de leitura “é passar pela vida e não viver”, parodiando o poeta Francisco Otaviano.

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* Francisco Miguel de Moura, escritor brasileiro, mora no Piauí, vive em Teresina, de onde não quer sair nunca. Email: franciscomigueldemoura@superig.com.br







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