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Artigos-->Governança Corporativa - Governo aponta luz no fim do túnel -- 26/05/2006 - 00:42 (Tânia Cristina Barros de Aguiar) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O mundo dos negócios anunciou o caos. Na útima década, só se falou da globalização, da mobilidade do capital, da mudança constante, da alta performance, executivos multidisciplinares. Ah, e da segmentação. Na verdade, se criou um show multimidia para os modismos da administração moderna.

O liberalismo, que não tem qualquer componente novo, além da roupagem, tinha e tem o mesmo objetivo - a maximização do lucro.

Mas há algo de novo no ar.

Há um movimento que congrega empresários e executivos inteligentes de grandes corporações e outras nem tanto - você vai encontrar de padarias a multinacionais - que entenderam que os recursos são finitos.

Que é possível ter retorno financeiro sem selvageria.

E que a parcela de consumidores - clientes - vai ficando mais consciente. Quem seria cliente de um banco que financiou um projeto que teve impacto negativo no meio ambiente de sua cidade?

Recentemente vi uma notícia de uma população inteira que pagou uma campanha publicitária nacional contra um banco que fechou um agência e prejudicou a comunidade. Foi na Europa.

Os céticos dirão que essa busca da sustentabilidadade, que prega o resultado das companhias em três dimensões mínimas - econômica, social e ambiental - é mais um modismo para salvar o capitalismo. Talvez seja.

Mas é uma oportunidade muito interessante.

A mais oportuna, na minha opinião, é o diálogo.

O Presidente da República recentemente determinou - as empresas estatais que tem sustentabilidade financeira devem indicar um representante dos seus trabalhadores para o Conselho de Administração.

A reação foi imediata. A mais surpreendente, se for verdadeira a notícia do Globo, foi a da superintendente executiva de Relações com Empresas da Bovespa, Maria Helena Santana e do professor da área de Estratégia e Governança Corporativa da Fundação Getulio Vargas e da Unigranrio Joaquim Rubens Fontes.

Literalmente, disseram que os trabalhadores não tem isenção para participar de conselhos de administração. Mas já pensaram nos casos de demissâo, redução de despesas.

Pensam pequeno.

Eu não contrataria um executivo que pensasse nisso. Minha empresa estaria fadada ao insucesso no longo prazo.

E isso não poderia ser creditado a UM representante dos trabalhadores no Conselho de Administração.

Esse novo movimento que surge e que vai na contramão da tese defendida por duas figuras tão aparentemente importantes diz o seguinte - para eu sobreviver no mercado, tenho que ter diálogo. Tendo diálogo, provavelmente uma empresa não terá que pagar grandes indenizações a clientes ou empregados. Tendo diálogo, uma empresa não sofrerá penalização pecuniária por agredir o meio ambiente.

É tão mais fácil e cômodo ouvir e conciliar. Aliás, é uma consultoria grátis.

Uma representação dos trabalhadores no Conselho de Administração pode impedir que uma empresa transgrida uma jornada de trabalho legal que vai lhe custar um passivo trabalhista. A justiça é lenta mais o risco existe e pode ser - ou não - cobrado. E provocar um prejuízo no longo prazo.

Declarar que o trabalhador não tem isenção é uma afirmação que traz em si um preconceito - trabalhador não tem capacidade analítica.

Tolice.

Precisamos é de executivos que tenham compromisso com a empresa no longo prazo. Alguns preferem os holofotes de soluções mirabolantes que lhes dão resultados imediatos e lhes permitem holofotes. A empresa e a sociedade que se danem. Querem é ganhar dinheiro logo, serem reconhecidos como brilhantes. Não avaliam o longo prazo. Desses " executivos", as empresas têm que se livrar.

Trabalhadores administram estruturas, neste país, maiores que muitos "administradores" de mercado. Administram sindicatos, centrais sindicais. Que fazem cortes, quando necessário. Administrar é isso, sim.

Quando sindicalistas fazem cortes em sindicatos, demitem trabalhadores - e fazem - é porque outros trabalhadores não lhes pagaram para prestar o serviço que devem fazer. Acharam que não valia a pena. A base de contribuição diminui. Ou os administradores não tiveram competencia administrativa. Isso acontece, como acontece em qualquer empresa. Se você não tem ciente, fecha.

Alguém já viu sindicato fechar por falência financeira? Eu não. Deve haver. Será?

Mas já vi grandes corporações fecharem. Porque não consideraram o tripple botton line. Resultado tem que ter qualidade - o resultado é economico, social e ambiental.

A opinião do cliente, do trabalhador, da sociedade, tem relevância.

Causa espanto que alguém da Bovespa reclame do Presidente da República. A Bovespa criou uma carteira com indicador de sustentabilidade para empresas que se anunciam como socialmente responsaveis. O que lhes exige o chamado dialogo com os stakeholders. É uma farsa?

As ações da Natura subiram. Porque ela jura ao consumidor que é altamente responsável.

Apoia projetos sociais. Tem produtos sustentáveis.

Algum chato pode dizer que ela tem uma rede de trabalhadoras sem proteção social, sem carteira assinada. Eu concordaria. Mas a Natura está construindo uma imagem. E talvez essas trabalhadoras, por não terem horário fixo, estejam altamente satisfeitas. Se elas estão, quem sou eu para reclamar?

Parabéns, Presidente, por orientar a participação dos trabalhadores na administração das estatais.

É um belo exemplo. O senhor ultrapassou as recomendações das Nações Unidas, no chamado Pacto Global das empresas. Que apenas indicam a necessidade das corporações respeitarem direitos. O senhor é um visionário, a história vai lhe registrar como um presidente que fez muito. Equilibrado.

Assim como criou o CDES - o Conselho de Desenvolvimento Economico e Social, abrigando empresarios, trabalhadores, intelectuais, buscando criar um grande diálogo nacional, mesmo com todas as forças adversas ao desenvolvimento sustentável, agora cria um elemento de exemplo da Governançca Corporativa nas estatais. Só uma pequena sugestâo - coloque tambem nas que dão "prejuízo"

Talvez elas passem a dar resultados sustentáveis.

Porque os trabalhadores conhecem os processos. Os clientes.

Muitas vezes não conhecem a estrutura de custos e receitas. Porque isso pouca gente se dispõe a mostrar, no mundo empresarial. Balanço não mostra.

Espero que esse movimento de diálogo cresça. Seria uma grande revolução.











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