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Artigos-->´SINHÁ-MOÇA, ROMANCE E FILME -- 23/05/2006 - 17:33 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
SINHÁ-MOÇA, ROMANCE E FILME.



Francisco Miguel de Moura*





Calculo que pouca gente está assistindo à novela “Sinhá-Moça”, que trata da escravidão negra no segundo Reinado, especialmente quando eram travadas as lutas dos republicanos contra o império e dos abolicionistas, contra esse mal que marcou nossa história, nossa cultura, nossa nacionalidade e nossa cor. Aliás, a maioria dos republicanos era abolicionista também, o que facilitou a queda do Império. Eram tantos os jornalistas, escritores, poetas, políticos que abraçavam essas causas que não havia outro meio senão a derrocada do sistema econômico, ainda muito ruralista, e os barões do café, entre outros que viviam das fazendas no Sudeste e do Sul do país.

Pois bem, “Sinhá-Moça”, agora estrelada por Débora Falabela, provém do romance do mesmo nome, de autoria da escritora Maria Camila Dezonne Pacheco Fernandes, nascida em 18-12-1910, na cidade de Jaú-São Paulo. O romance foi publicado em 1950, com prefácio de Afonso Schmidt, importante escritor da época do Modernismo. O filme aconteceu em 1953, e teve a direção de Tom Payne e Osvaldo Sampaio. Esses dados foram colhidos na Enciclopédia de Literatura Brasileira, do Afrânio Coutinho e J. Galante de Sousa, pág. 584.

Pela segunda vez o livro “Sinhá-Moça” foi “novelado”. Significa que os que fazem televisão ainda têm boa sensibilidade para a nossa história e nossos problemas. Não é a toa que ela trouxe à baila o mesmo trabalho anteriormente estrelado por Lucélia Santos, a mesma artista de “A Escrava Isaura”, que se tornou famosa no mundo inteiro, incluindo a China. ´Débora Falabela também deverá brilhar no exterior. Aliás, ao que se sabe, “Sinhá-Moça” está passando no Chile e a protagonista a foi convidada pela presidente daquele país a apresentar-se lá.

É um dos melhores programas da espécie que a Globo apresenta. Mas a febre de assistência vai para “Belíssima”, onde o prato cheio é saber quem fica com quem, quem está traindo quem, etc. etc. naqueles jogos de cena que não engrandecem ninguém, ao contrário vêm a degradar mais ainda o nosso “sem-caráter”, do famoso escritor e papa do Modernismo, Mário de Andrade, um dos três Mários mais famosos do Brasil. Completando a tríade, temos o grande poeta piauiense Mário Faustino e o outro, também grande, poeta Mário Quintana.

Definitivamente o povo brasileiro, na sua maioria, não sabe ainda o que quer. Será que a elite sabe? Louvem-se a Globo e o autor desta versão de “Sinhá-Moça”. Esta e outras produções da TV, especialmente se baseadas em livros famosos, de escritores brasileiros consagrados, ajudam a elevar o Brasil no exterior. Aqui dentro, os editores, uma classe muito atrasada, sem ousadia e sem imaginação, deveria olhar para frente, colaborar na construção do país. Está na hora de colocar “Sinhá-Moça”, como livro, nas vitrines e prateleiras das livrarias e bancas de jornal. Deveriam pensar duas vezes antes de publicar livros sem valor nenhum, de auto-ajuda, mesmo romances ou que assim se intitulem, de autores que aprenderam a arte de escrever sobre nada e fazer marquetingue das besteiras que escrevem, na macaqueação ao pior produto dos americanos.

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Francisco Miguel de Moura, escritor brasileiro, atualmente morando em Teresina, email: franciscomigueldemoura@superig.com.br

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