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Artigos-->Centro de Cultura Popular Mestre Noza -- 17/05/2006 - 01:02 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Centro de Cultura Popular Mestre Noza



Por Fernanda Moura





O professor Abraão Batista criou em 1982 o Centro de Cultura Popular Mestre Noza, com o objetivo de organizar os artesãos da cidade de Juazeiro do Norte- CE, para que eles tivessem sua atividade mais valorizada e reconhecida, e assim pudessem dispor de benefícios básicos como plano de saúde, CNPJ, garantindo a sobrevivência exclusivamente através do artesanato, e também divulgar e valorizar um dos elementos mais representativos da cultura da cidade. A xilogravura, elemento estético/visual da Literatura de Cordel é justamente uma das principais tendências do artesanato produzido na Terra do Padre Cícero, que é a principal referência temática para os artesãos que talham em pedaços de Imburana, o mesmo tipo de madeira utilizada para a confecção das imagens para as xilogravuras, a imagem do Santo Padre do Nordeste. O próprio Abraão Batista produziu sua primeira xilo num pedaço de Imburana que ganhou de Mestre Noza, o mais importante mestre do artesanato do interior do Ceará, são também representadas as manifestações folclóricas como bandas cabaçais, bandas de pífanos, trios de forró, as quadrilhas juninas, as cirandas e os folguedos, como Reisados e Lapinhas, além da situação precária do povo nordestino, transfigurada em imagens de retirantes fugindo da seca, o que contrasta com a alegria e a firmeza da mulher sertaneja, sem esquecer ainda de figuras sociais lendárias como Lampião e Maria Bonita; podemos também nos deparar com estátuas de Buda, máscaras que simbolizam a comédia e a tragédia, e que são os símbolos do teatro, reis e rainhas medievais, revelando um artesanato diversificado que explora o universal tão bem quanto o regional.



O Cordel Campina foi conferir de perto o talento dos artesãos do Padre Cícero, como foram batizados pelo grande poeta Abraão Batista, e revela pra você este universo maravilhoso. Conheça também três artesãos do Centro Mestre Noza, que falam sobre sua arte, o reconhecimento do público e as perspectivas para o futuro. Aberto de segunda à sábado, o Centro de Cultura Popular Mestre Noza é um dos locais mais visitados por turistas e pelos romeiros durante todo o ano, além das obras, o público pode prestigiar o artesão em atividade, durante a confecção das peças.



Severino Silva de Souza, conhecido como Virino trabalha no Centro há dezoito anos, quando começou sua atividade de artesão no dia primeiro de agosto de 1987, explora principalmente a Imburana (tipo de madeira) representando temas como Lampião e Maria Bonita, temática religiosa, inclusive esculpindo Budas, e talhas de grandes casarões antigos e fazendas. Virino relata que consegue sobreviver através da arte que desenvolve e sustenta de maneira humilde sua família há 18 anos com a venda das peças que produz, principalmente para romeiros e turistas, especialmente do sul e sudeste do Brasil e muitos europeus. Segundo o artesão muitos jornalistas, de vários canais de TV de todo o Brasil já realizaram trabalhos no Centro Mestre Noza, para Severino Silva de Souza a divulgação do Centro em todo país através da visitação dos turistas e do trabalho desenvolvido pelos jornalistas é muito importante para o crescimento do artesanato local. Entretanto lamenta o pouco valor que recebem da população do povo de Juazeiro, “o incentivo é muito pouco, a gente precisava de mais incentivo inclusive dos poderes públicos, pra falar a verdade é como se diz, ‘santo de casa não obra milagre’, a gente só conta com o apoio do SEBRAE, mas a população de Juazeiro não dá muito valor não”, e completa, “já foram muitas peças da gente para outros lugares do país e do mundo, inclusive para Alemanha, e outros países como Estados Unidos, França e vários outros lugares do mundo”.

Tiago Bezerra Macedo é artesão há seis anos. Trabalha com madeira, explorando elementos culturais, principalmente referentes à música e à dança, como as Bandas Cabaçais, os Reisados e Banda de Pífanos. Também consegue seu sustento exclusivamente através da atividade de artesão.

Cícero Caetano Rodrigues, artesão há seis anos, também trabalha a madeira e explora apenas a temática religiosa, ou seja, arte sacra. Cícero lembra que é muito sofrido viver do artesanato na cidade, mas que consegue sustentar-se desenvolvendo sua arte e pretende continuar a atividade de artesão.



*As imagens utilizadas nessa notícia são da autoria de Fernanda Moura

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