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Artigos-->E eles até comemoram! -- 05/05/2006 - 09:31 (Paulo Maciel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
E eles até comemoram!







Placar do julgamento de Josias Gomes, deputado do PT da Bahia, pela Câmara dos Deputados, dia 3 de maio de 2006:

228 votos a favor da cassação e 189 contra.

Ou seja, 55% dos colegas dele que compareceram à sessão consideraram que ele infringiu o decoro parlamentar, como havia decidido o Conselho de Ética da Casa e deveria ter seu mandato cassado.

Não obstante esse resultado, que confirma a denúncia que o Procurador Geral da República encaminhou ao Supremo Tribunal Federal contra quarenta pessoas que descumpriram as leis do país e nesse processo foram consideradas corruptas, tanto Josias quanto os outros nove parlamentares que não foram cassados comemoraram o fato, havendo uma delas, Ângela Guadagnin, ficado tão entusiasmada que até rebolou no Plenário, uma dança em ambiente não apropriado que constrangeu a população.

A leitura correta desse julgamento, contudo, que os deputados do PT, a imprensa e a sociedade não fizeram é a de que a maioria dos deputados que estiveram presentes nos dias das votações entendeu que todos eles haviam cometido falta grave.

A circunstância de não se haver atingido o quorum mínimo exigido para a cassação de seus mandatos, que é de 257 deputados, não ilide o fato de que todos foram julgados culpados pelos legítimos representantes do povo.

É preciso repetir: eles não perderam o mandato, mas a maioria dos deputados votantes considerou que eram culpados.

A defesa apresentada por Josias é a mesma argüida por todos que se utilizaram de recursos ilícitos, arrecadados por uma “quadrilha” integrada por altos funcionários palacianos e da direção do PT, como declara o procurador-geral: pegaram os recursos por orientação do tesoureiro Delúbio Soares, para pagamento de dívidas de campanha eleitoral e não sabiam a origem do dinheiro.

Custa crer que o presidente do PT da Bahia, deputado federal que mantinha íntima relação funcional e talvez pessoal com a liderança de seu partido desconhecesse o esquema organizado para distribuir dezenas de milhões de reais aos correligionários e aos demais integrantes de outras agremiações que formavam a base do governo. É preciso ser muito desinformado e ingênuo para ignorar tais fatos e sequer perguntar de onde vinha a erva, ou é muita arrogância de quem acredita na impunidade.

No caso de Josias Gomes, que não conheço, mas de quem possuía boas referências, espanta saber que sua primeira reação, ainda no plenário da Câmara, após o desfecho de seu julgamento, tenha consistido em declarar que “agora quero trabalhar pela reeleição”.

É certo que se podia entender que se tratava da reeleição do companheiro Lula, tão desinformado e ingênuo quanto ele, mas logo a informação completa foi passada aos repórteres: “quero trabalhar pela minha reeleição e pelo bem do povo baiano”.

Um verdadeiro homem de espírito público, esse Josias!

Parece claro a esta altura, depois que os delegados do 13º Encontro Nacional do PT em São Paulo decidiram adiar o julgamento interno das falcatruas cometidas por seus parlamentares e membros da executiva para depois das eleições, que todos os que não foram cassados contarão com a legenda do partido para tentar obter um novo mandato nas eleições de outubro.

Mais uma vez vai pro brejo a ética e a moralidade pregadas ao longo de vinte e cinco anos.

Resta agora acompanhar de perto esses “mensaleiros” para saber se os militantes do PT vão reconduzi-los à Câmara Federal, ignorando por completo as “descaradas falcatruas” que praticaram, como trovejou recentemente o ministro Marco Aurélio de Mello.

Salvador, 4 de maio de 2006

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