Lembro-me de uma rápida conversa, há pouco tempo, no anoitecer dessa centúria, com um simples guardador de carros, o desprezado flanelinha. Ao lhe perguntar singelamente o que esperava da vida e o que desejava, quais seus planos, respondeu-me que não sabia sequer se teria o amanhã, quanto mais o hoje! Pensou que o estivesse menosprezando. Insisti, indaguei-lhe se riqueza, se bens materiais o fariam feliz. Depois de muito relutar, disse:
- Doutor, só quero saúde, porque então poderei ter tudo de que necessito! Só quero estar com Deus.
Sábio pensamento. Sapientíssimas palavras. Talvez ou, com muita certeza, o espírito divino o estivesse envolvendo, porque sabedoria tanta não esperava viesse de alguém que decretara não ter o amanhã e muito menos o hoje! Do triste passado, nem pensar.
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