Lembro-me da simpática avenida Celso Garcia, da velha São Paulo, no Brás, e dos antigos tempos, dos inesquecíveis carnavais de rua. Ela é a continuação da Avenia Rangel Pestana que começa na Praça Clóvis Beviláqua, bem no centro, onde fica o velho Tribunal de Justiça. Que fortuna! Os carros alegóricos passavam pela via enfeitada. Era só alegria. Carnaval de família. Nada profissional, como as monstruosidades de agora. Muita música. Letras agradáveis e alegres, feitas por mestres, e que até hoje deixam saudade. Palhaços e arlequins. Lança-perfumes. Confetes e serpentinas. Máscaras. Pareciam os bailes de fantasia da velha Itália. Nenhuma violência.
Parece-me ver Veneza, na Idade Medieval. As pessoas saíam para divertir-se e apreciar as gostosas maluquices dos outros. Nada de exageros. As famílias reuniam-se nas calçadas. Olvidavam as mágoas e o medo pelo desconhecido por alguns momentos ou durante os três dias de Momo.