Ah, que saudadade dos anos dourados, dos anos cincoenta, do século que deixou de ser, da minha infância, conquanto, agora, seja apenas um pouco menos jovem, de meus doces anos daquele cineminha, sem televisão, sem badalo, do Oscarito, do Grande Otelo, do terno caipira Mazzaropi, das cantoras Hebe e Inezita Barroso (que estas tenham longa vida, para continuarem encantando com seu encanto juvenil!), da Linda e da Dircinha Batista, da Marlene, da Elza Laranjeira (nunca mais a vi nem ouvi), do Adoniran Barbosa, dos Demônios da Garoa e de tantos outros que se fixaram, para sempre, na minha memória e no meu espírito.
Ah, que saudade daqueles tempos das chanchadas, no bom sentido, das brincadeiras sem malícia, sem pornô, das moças bonitas, sem maldade, dos rapazes do Brás e de tantos outros recantos, que hoje não passam de reminiscências.
Ah, que saudade do velho auditório da Rádio Record, naquele vetusto prédio da Quintino Bocaiúva, com a Rua Direita, quase na Praça da Sé, no centro antigo de São Paulo, que não tinha ainda o metrô, mas tinha o velho bonde elétrico com estribo e reboque ou o camarão, o bonde fechado, não tão fechado, que dava para respirar o ainda ar puro, que não era poluído, nem seco.
Ah, que saudade da pioneira Televisão Tupy, inaugurada pelo velho Capitão, que marcaria época e seria a desbravadora do novo meio de comunicação, pela imagem, e marcaria sua presença no Brasil e na América Latina. E eu, mocinho, lá estivera, no Sumaré, ao seu lado, naquele momento histórico.
Ah, que saudade do que já é história e dos que ali marcaram presença, os mais notáveis do imortal rádio e do cinema e, a seguir da televisão.
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