Usina de Letras
Usina de Letras
69 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62201 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22534)

Discursos (3238)

Ensaios - (10353)

Erótico (13567)

Frases (50601)

Humor (20029)

Infantil (5428)

Infanto Juvenil (4762)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Dalvinha e os colegas do Rio -- 29/04/2006 - 19:54 (Paulo Maciel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Dalvinha e os colegas do Rio de Janeiro





Quando José Augusto Jesuíno dos Santos foi transferido da Bahia para ocupar o cargo de chefe de Escritório da agência do Rio de Janeiro, na Rua da Assembléia, sob a gerência do elegante Romeu Thomé da Silva, escrevi uma carta dirigida aos colegas cariocas para dizer quem era Jesuíno e publiquei-a no Boletim Informativo do banco.

Estávamos em 1955 e Zezinho Jesuíno era um dos mais preparados funcionários, muito certamente o mais brincalhão, um verdadeiro moleque, diferentemente de seu irmão, Carlinhos, que também trabalhava no banco, escriturário na Rua Chile.

Dei ao texto o título de Um manual de bondade: Jesuíno e foi muito bem acolhido pelo pessoal do Rio.

Embora minhas viagens ao Rio de Janeiro fossem muito raras, onde só tínhamos aquela agência, ainda assim nas poucas vezes em que estive por lá, a serviço, tomei por amigos uns poucos colegas, entre eles Raimundo Nonato Santos Ferreira, que também fora meu companheiro na Agência Central, e que veio a tornar-se grande advogado tributarista e de assuntos financeiros, a serviço do banco e de outras empresas, Vitório Mele, que passou uma temporada na Bahia submetendo-se a curso no nosso setor de Treinamento e Jefferson Almeida, este que alcançou a diretoria e terminou morando alguns anos em Salvador, até o momento da intervenção sofrida pelo banco.

Depois que Jesuíno deixou o emprego para trabalhar numa grande indústria, seu lugar foi ocupado por outro amigo, Fernando Noronha, que havia sido gerente em Aracajú e chefe de Escritório na Agência Central.

Com Noronha eu tinha estreitas relações, pois a gente possuía o gosto de realizar pesquisas noturnas na Churrascaria Ide e em centros de lazer da Boca do Rio.

Somente a partir de 1963, depois que nosso banco adquiriu e incorporou o Banco da Cidade do Rio de Janeiro passei a conhecer e conviver com maior número de colegas cariocas. Nesse ano, por conta de curso que a diretoria me mandou fazer na PUC (Pontifícia Universidade Católica) e de estágio na gerência de Recursos Humanos da GE (General Electric) morei no Rio durante uns seis meses, num pequeno apartamento à Rua Dias da Rocha, em Copacabana.

Foram tempos duros, com dinheiro muito regrado, em que passava parte do dia dentro de lotações.

Mas, foi também a época em que conheci a alma do carioca e que fiz amizades duradouras.

Além do trio já mencionado fiz sólidas amizades com outros colegas, entre eles Antônio Alves Ferreira e Wilma Weydt Pereira, ainda muito jovens, mas que se destacavam como excelentes funcionários, Luiz Cardoso Lopes, que já exercia alto cargo administrativo na principal agência e, sobretudo, Dalva Rodrigues de Azevedo, então secretária da diretoria, solteira ,inteligente, espirituosa, sempre bem humorada, pessoa que encantava os diretores e principais executivos da Bahia que visitavam a Sucursal do Rio de Janeiro.

Dalvinha, como todos a conheciam, que veio a casar-se logo depois, saiu do banco e teve duas filhas, Roberta e Carla, a primeira que nasceu com síndrome de Down.

Apaixonada por crianças desde mocinha, aquela fatalidade em sua vida teve um efeito devastador, mas serviu para fazer surgir uma verdadeira lutadora, a guerreira que se escondia atrás dos traços bonitos e elegantes da ex-bancária.

Inconformada com as instituições existentes para a educação de crianças excepcionais, como sua filha, Dalvinha começou a estudar esse tipo de retardo mental e fundou a Escolinha Colibri.

Com apoio financeiro de uns poucos amigos conseguiu reunir um grupo multidisciplinar de especialistas e terminou por ser dona do melhor centro educacional destinado a pessoas com necessidades especiais.

A Escolinha Colibri, a que Dalvinha doou praticamente sua vida, tem quase a mesma idade de sua filha Roberta, mais de trinta anos. Visitar essa escola serve para a gente compreender que o amor e o trabalho sério e perseverante são capazes de operar aquilo que muitas pessoas chamam de milagre.

Como se vê é impossível falar dos colegas do Rio de Janeiro sem trazer à baila o exemplo de Dalva Rodrigues de Azevedo.

Salvador, 21/04/06



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui