Lá vai ele todo próprio andando pela rua, não é menino de lá nem de cá, tem nome e família, bem cuidado e calçado, um menino, não mais que um menino que cresce de uma hora pra outra, e vira o que quiser ser.
E lá vem o menino em nossa direção que se desenvolve, não de larva para lagarto e sim, de mocinho para homem já. Pode ser que ele venha de frente e colida com nossos ideais...Pode ser até que passe por aqui direto sem ao menos nos perceber, ou que tangencie apenas, não faça revolução e nem encontre a glória.
E o rapaz passou, virou homem, e tem barba de pirata, rouba corações e amigos, perde batalhas, vence algumas guerras míseras de estilingue, ou guerras enormes com caças e mísseis.
Algum dia talvez, brinque ele com a humanidade, e faça dela simples objeto da sua rotina, como um xampu ou sabonete que tiram a sujeira do seu corpo.
Ainda, pode ser ele instrumento e estrume nosso, dos racistas e hipócritas de culpa, sofrer por toda a vida por conta dos outros.
E lá se vão todos os meninos, seus trilhos podem acabar numa encruzilhada ou encontrar caminho livre e bonito.
E nós não sabemos pra onde eles vão.
Nem sabemos pra onde vamos, pois somos todos meninos.
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