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Artigos-->SENTIMENTO ACACIANO -- 09/04/2006 - 23:32 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
“SENTIMENTO ACACIANO”



Francisco Miguel de Moura*





“Sentimento Acaciano”, Teresina, 2005, é o nome do livro que Melquisedeque Viana escreveu e publicou recentemente, talvez para desincumbir-se de exigências legais da Loja Maçônica a que pertence. Ele estreou como poeta, com seus sonetos e poemas enfeixados em “Vozes do Eu”, 1989. Depois escreveria outros e outros em verso e prosa. Foi Presidente da UBE-PI. Profissionalmente o conheci como bancário do Banco do Brasil e, em seguida, por concurso, acendeu a posições outras como Procurador do INSS e Professor da Universidade Federal do Piauí, tudo dentro da suas áreas de atuação, a Contabilidade e o Direito. Seu currículo é grande. Tratemos, então, de comentar o mencionado livro. Melk, como o chamamos na intimidade, é muito bom biografista. Destaque-se o seu jeito habilidoso e a competência com a questão histórica e a personalidade dos escritores sobre quem escreve, com estilo leve, sempre respeitando a verdade histórica que tem sido arquivada por séculos nos anais e nas bibliotecas. Atendo-me aqui mais aos dois primeiros capítulos – estudos historiando a Moçonaria, filosófica e eticamente, como ninguém melhor fez no Piauí – e vejo que combate ele a hipossuficiência de idéias da humanidade e aponta a solução de todos os problemas através da moral que respeite as liberdades e os direitos. Talvez para satisfação das exigências regimentais de sociedade outrora tão secreta e hoje já bem conhecida, diz-se partidário do Budismo, a religião mais próxima dos agnósticos. Fala de Epicuro e Espinhosa com desenvoltura e admiração. Tolerância, liberdade e fraternidade são os esteios, as três estrelas da Maçonaria, iluminadoras da escuridão do mundo. Um dia deste, conversando com um cavalheiro na fila de um banco, ele me dizia esta verdade: o homem progrediu muito, na inteligência, nas ciências e nas técnicas, mas decaiu horrivelmente em ética, moral e bons costumes. Estava lendo o livro e lembrei-me de Melquisedeque Viana, da sua linha de aspirações e conduta. E se a Maçonaria luta pela recuperação moral do homem, como está no livro, e eu acredito que sim, não há causa mais nobre.

De minha parte, tenho dois reparos ao livro. O primeiro é porque o autor declara que Jesus, ao ser perguntado sobre “o que é a verdade”, não teria sabido responder. Mas está na Bíblia, num dos Evangelhos, que Jesus respondeu a Pilatos, incisivamente: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. De forma alguma, entretanto, quero discutir se a resposta é inteligível ou se é uma saída sofista de Jesus. O outro, é que, por incrível que pareça, o fundador do Cristianismo não foi Jesus Cristo, como disse o autor de “Sentimento Acaciano”, mas seu discípulo Paulo, conforme as mais recentes pesquisas e trabalhos considerados historicamente científicos. Estes dois pontos, creio eu, devem ser revistos numa futura edição da obra.

Por fim, devemos ressaltar que, na ânsia de fazer um trabalho mais consistente sobre a Maçonaria, ele capturou maçons célebres e deles traçou esboços biográficos que muito enriquecem a bibliografia dos escolhidos. Citamos os ensaios sobre Lafayette Rodrigues Pereira (Conselheiro Lafayette) e Abdias Neves, sabidamente maçons, e os perfis literários de Castro Alves, Vitor Hugo e Emile Zola, pelo que também merece minhas considerações de crítico.

Parabéns, Melquisedeque Viana. Acredito que os leitores de biografias vão gostar, como eu, do livro ora comentado, ao que me parece feito sem grandes pretensões.

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*Francisco Miguel de Moura, escritor brasileiro, nasceu no Piauí e mora em Teresina porque quer (e gosta).



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