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Artigos-->UTOPIA -- 31/03/2006 - 08:15 (GERALDO EUSTÁQUIO RIBEIRO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
UTOPIA.



Hoje eu quero fazer um desabafo e gostaria que ele ecoasse em todos os cantos deste mundo, que rechicoteasse nas paredes das Igrejas de todos os credos, nos gabinetes dos políticos de todos os partidos e de todas as tendências, dos simplesmente políticos e daqueles que um dia tiveram o sonho de melhorar a vida dos pobres.

Eu queria que este lamento montasse sua barraca nas salas atapetadas das grandes empresas onde o trabalhador é apenas um número, e principalmente nos pequenos escritórios e fábricas onde o trabalhador é tratado como amigo para não reclamara por não receber um salário justo.

Eu queria que este grito ecoasse forte nas paredes dos prédios dos sindicatos que fingem defender o trabalhador.

Eu queria que este grito falasse principalmente ao coração das pessoas de bem, daqueles que ainda sonham um mundo melhor e são chamados de doidos ou de irresponsáveis, por acreditar em sonhos e não se deixam prender pelas amarras que engessam pensamentos e atitudes.

Tentarei relatar a dura realidade de um pai de família, até então trabalhador honesto que por falta de experiência profissional, e muito mais pela falta de sensibilidade social, perdeu o emprego e hoje é mais um na estatística do governo dizendo que o nível de desemprego caiu.

Caiu.

Caiu a dignidade e a qualidade de vida de muitos que nem sabiam o que era qualidade de vida.

Caiu a dignidade de quem, mesmo por algum tempo não sentiu falta do dinheiro, mas com saudade de holerite se sentiu inútil de uma hora para outra como atingido por uma praga maldita.

Só quem já passou por isto sabe o estrago que faz por dentro, sair todas as manhãs, como pedinte sem rumo na fábrica ou nas obras, deixando para trás, família e panelas vazias. Em barracos sem água e sem luz porque não tem salário para pagar as contas e manter o lucro astronômico das empresas estatais prestadoras dos serviços de primeira necessidade.

Quantos casamentos e famílias se desestruraram por falta de um emprego?

Será que um trabalhador honesto fica contente quando o seu filho precisa fazer malabarismo nos sinais de trânsito a troco de umas moedas?

Será que a criança do sinal tem família em uma casa esperando por ela?

Onde estão e para que servem os Conselhos Tutelares da Criança?

Será que nenhum conselheiro anda de carro para ver estes meninos e meninas?

Será que servem somente para atender o chamado de um marmanjão de dezessete anos que se sentiu agredido por uma palavra mais alta dirigida por uma professora?

Ou para intimidar um pai que quando só o carinho não foi suficiente e teve que mostrar ao filho, de uma maneira mais ríspida até onde vai o seu limite?

Porque quando acontece agressão física ou mental que machuca, não é trabalho para o conselho e sim para a polícia e para a justiça.

Nenhum serviço de assistência social pode ser implementado sem passar pelo trabalho.

Nenhuma ajuda material deveria ser concedida sem contra partida de um esforço pessoal que não fosse unicamente mendigar.

Se os programas de amparo ao trabalhador fossem administrado com eficiência já teria há muito tempo reestruturado o Sine, (Veja: Sine– Sistema Nacional de Desemprego) nesta mesma página

Se os fazedores de leis quisessem acabar com compra de voto já deveriam ter criado um sistema de trabalho comunitário e de mutirão, em parceria com as igrejas e instituições de caridade sérias deste país, para que toda ajuda material recebida fosse paga com algum trabalho.

Uma mãe que colocasse um filho na creche e não trabalhasse fora deveria prestar serviço nesta mesma creche, mesmo para conviver com o próprio filho, muitas vezes abandonado quando volta da escola.

Um pai poderia prestar algum trabalho na escola do seu filho.

No asilo perto da sua casa.

Na construção de barracos em mutirão.

Eu sei que é complicado!

Eu sei que é utopia!

Eu sei que virão defensores dos direitos humanos dizendo que é exploração de trabalho escravo.

E pergunto: Onde está os “direitos humanos” diante de uma panela e uma barriga vazia e diante da infâmia que obriga pessoas trabalhadoras viverem mendigando ou sendo usadas como cabo eleitoral a troco de uma cesta básica?

Onde estão os “direitos humanos” que assistem trabalhadores sendo explorados e quando busca seu direito na justiça tem o nome enxovalhado no mercado de trabalho?

Enquanto todos não se unirem em torno de uma só bandeira: a de desvincular Assistência Social de verdade, da política partidária e das complicações que ela provoca, comprando consciências!

Enquanto não for dado ao homem o direito de pagar o sustento da sua família com o suor do seu rosto para que ele possa se sentir digno de comer do mesmo pão, não se pode falar que no país tem um serviço de assistência social e nem Assistentes Sociais de verdade trabalhando para o sistema.

Esta é minha utopia, ver implantado uma assistência social para tirar o pobre da miséria material e da inércia que domina.

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