que uma noite, sentindo-se sozinha, teve a sorte de encontrar um homem que mudou muita coisa em sua vida.
Eles se comunicaram em uma sintonia jamais vista por ela, pelo menos. Não...não é que eles tivessem os mesmos gostos, fossem de signos compatíveis, etc... Eles simplesmente conversaram e o que um dizia complementava o que o outro havia iniciado.
Mas eles estavam longe fisicamente e as coisas que diziam acabaram por aumentar a tensão, a curiosidade, e ela quis saber, ver, sentir aquele homem que já lhe causava tantas emoções em tão pouco tempo, escondido atrás de uma tela de computador.
Estendendo a mão, ela viu que não era difícil tocar a tela e sentir a presença dele. Tocando a tela, viu seus dedos entrando com facilidade, como quando crianças testamos o espelho dágua de um lago.
Era mágico, e ela, acreditando, o puxou para o mundo real, para dentro do quarto dela. O deitou sobre seus travesseiros e o tocou.
Sim, ele era real. Assim ela imaginou.
Ela o amou de todas s formas. Primeiro, espantou-se com a harmonia de seus corpos ao fazer amor. Como se encaixavam perfeitamente. Como ele sabia atingir cada ponto de prazer dentro dela. Depois, apaixonou-se pela delicadeza dele, pelo jeito dele falar, olhar, tocar, sorrir.
Ela sabia que jamais o teria de outra forma, que aquele homem já tinha a quem amar e que ela amaria sozinha.
Assim foi. Ela amou só, como se o que sentia pudesse preencher nela o que ele não podia dar.
Meses se passaram e a fantasia, como toda fantasia, tornou-se exigente: ou tornava-se realidade ou iria embora, abandonando aquela mulher. e levando junto o homem que ela amava e que só poderia existir se a fantasia com isso concordasse.
Ela chorou muitas vezes, pensando por que conhecer o homem com que sempre sonhara, se jamais o teria. Chora todos os fins de semana, durante algumas noites, quando abraçada ao travesseiro, sente o cheiro dele. O cheiro sem o corpo, sem o calor, sem a voz, o abraço e os beijos dele.
Ela já riu muitas vezes também. Todas as vezes que estiveram juntos, porque ele a faz feliz naqueles momentos. Nos únicos momentos em que a fantasia é real.
Ela sabe que para ele, ela é só uma personagem de suas fantasias. Por isso ela ama sozinha. Escreve poesias, procura por ele, tenta se aproximar, mas tentar isso no mundo real, é como ser um fantasma e querer deixar de ser virtual.
Mas ela sonha também....e tem pesadelos também...
Só não tem esperanças...
E lamenta não poder dar a esse homem o amor que ele merece. Esse amor puro e doido ao mesmo tempo, de querer fazê-lo o mais feliz dos homens, como se isso fosse possível.
Você sabe quem é essa mulher e o amor dela vai companhá-lo para o resto da vida
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