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Artigos-->Lições aprendidas-andré luiz aquino -- 17/03/2006 - 23:28 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Lições aprendidas



Tanta coisa se modificou em mim.

E chego a essa conclusão não só olhando para trás, vendo o que vivi e deixei de viver, mas olhando para frente e imaginando o que quero para minha vida no futuro.

Quando se fala de si mesmo é inevitável baixar a guarda e desligar a blindagem que nos protege do mundo exterior.Blindagem essa que ergui ao longo dos anos para não ser atingido em cheio tanto no coração quanto na alma.Só nós sabemos das nossas agruras e dores.Ser sensível tem as suas benesses de se ver o mundo de uma maneira muito mais colorida e detalhista.Mas os sentimentos são amplificados.A dor é mais dolorida.O prazer ampliado nos leva a cometer desatinos.Meus olhos podem lhe mostrar que estou seguro de si, enquanto minha alma do outro lado da margem está gritando: “Tenho tanto medo”

Durante a minha adolescência experimentei no sangue essa ebulição de sentimentos.Fervia no caldeirão da minha loucura me afastar de tudo e de todos. Vivia pensando em me matar.O suicídio parecia ser minha única saída para tanta incompreensão e inadequação diante do mundo e das pessoas.Tentei o suicídio duas vezes.Na primeira quando tinha quinze anos tomei uma overdose de tranqüilizantes encontrados nas coisas da minha mãe.Até hoje ainda sinto o gosto daqueles comprimidos.Gosto da morte.Dormi durante dois dias e nada de mais grave me aconteceu.Minha mãe ficou desesperada e me levou a uma psicóloga para entender quais foram os motivos que eu tinha para tanto querer morrer.A psicóloga apenas constatou que a minha infelicidade seria passageira.Uma fase transitória entre a infância e a maturidade.

Na segunda vez eu já devia estar com 17 anos.Não sei ao certo, pois coisa ruim a gente bloqueia.Inconformado com as pressões e cobranças do mundo não queria mais ser eu, não queria se quer existir e nem nunca ter existido.Pensei em muitas possibilidades de dar cabo da minha vida e todas elas esbarravam no medo de fazer sofrer aqueles que me amavam.Então eu subia no parapeito para me jogar do alto do prédio.Mas momentos antes de pular só pensava na dor dos meus pais causadas pelo meu suicídio.Remédios não quis tomar porque eles poderiam falhar e expor mais uma vez a minha fraqueza.Sim fraqueza.Cortar os pulsos sabia que não conseguiria porque nunca gostei de água fria ou de sentir dor.Queria uma morte discreta, limpa e sem “sujeira”.Pensei em tantas possibilidades e formas que acabei desistindo de morrer.Daria trabalho demais pra mim e dor demais para os outros.Fui um suicida fracassado.Julguem-me para serem julgados.

Foram necessários muitos anos em minha vida para que eu aprendesse a me amar.Sofri e fiz muita gente sofrer nesse caminho.Aprendi com a dor o que foi uma pena porque as coisas poderiam ter sido muito mais fáceis.Mas eu sempre compliquei tudo.Falhei quando insisti em deixar o fluxo me levar ao invés de ter remado contra a maré.

Hoje, nesse exato momento, aprendi a conviver com a dor, não importa por ou o quê.A tristeza há muito tempo já faz parte de mim, sem melodramas ou tragédias.Ela simplesmente tem o seu espaço em minha vida sem ocupá-la por inteira.A felicidade e o amor que sinto pela minha vida e a dos outros suplanta qualquer angústia, desgosto, decepção ou amargura.Continuo falho, mas busco melhorar todos os dias com as lições aprendidas.

Viver é um presente para mim e quero fazer da minha existência a diferença.Nem que seja por mim ou por uma outra única pessoa que seja.Se conseguir modificar uma vírgula nesse mundo minha existência já vai ter valido a pena.



Andre Luis Aquino



http://andre.aquino12.blog.uol.com.br/

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