Crianças e Pardais – 05.Março.2006 – 02:00
Muito se recorre à linguagem figurada para que se possa definir ou qualificar alguém ou algo.
Geralmente me refiro às crianças como pardais. Crianças são como pardais? Sim, porque são muitos e belos em sua simplicidade. Não importa onde. Existem em todos os lugares. Curumins, piás, guris, pivetes, catataus, niños, kids, peixinhos.
Todos deveriam ter a guarda dos pais, ser tratados como o tesouro que representam e que são. Mamães cangurus, coalas, colocolos, entre outras marsupiais, guardam seus filhotes em suas bolsas, para maior proteção, para maior proximidade, para maior troca de afetividade.
Até diferentes espécies do reino animal se respeitam e auxiliam. Cansamos de ver em jornais que cadelas alimentam porquinhos, gatas amamentam cachorrinhos, patas cuidam de gansinhos. Sem falar nas lendárias estórias de Tarzan e uma macaca, Rômulo e Remo e uma loba, entre outros.
E por que andam acontecendo essas aberrações nos dias de hoje? O que anda acontecendo com nossos pardais? Ou, melhor pergunta, o que anda acontecendo conosco?
Crianças abandonadas em sacos plásticos boiando em uma poluída lagoa, em soleiras de portas ou em pleno cemitério? Quem é essa gente que chamada à justiça proclama que não havia abandonado a “droga” de criança?
A mais pura expressão de ternura, simplicidade e amor. Uma criança. Sonho de muitos casais, realização pessoal de muitas pessoas. A seqüência da família, da linha hereditária, da própria vida.
Serpentes e aves de rapina costumam furtar o ninho alheio para matar as crias. Para alimentação, sobrevivência. Cadeia alimentar. Não é o nosso caso. Essas pessoas não são serpentes, mas são rastejantes. São desprezíveis. Não têm coração.
Wagner -
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