Usina de Letras
Usina de Letras
60 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62245 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10450)

Cronicas (22538)

Discursos (3239)

Ensaios - (10372)

Erótico (13571)

Frases (50643)

Humor (20033)

Infantil (5441)

Infanto Juvenil (4770)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140812)

Redação (3308)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6199)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->Pesságio - terceira parte -- 05/04/2002 - 20:13 (Felipe Cerquize) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ao término de mais um decênio, Jesus podia se considerar um profissional bem-sucedido, porém queria muito mais . Abriu o capital das Organizações Pólen, incorporou empresas à beira da falência por preços oportunistas, demitiu pessoas, abriu filiais fora do Brasil, enfim, era dono de um verdadeiro império que, mesmo com as picaretagens da República de Alagoas, crescia desenfreadamente. Num ímpeto de ambição descontrolada, passou a canalizar as suas premonições em prol de suas empresas. Para as visões que teve sobre a Guerra do Golfo, não tomou grandes providências, porque seria apenas uma demonstração de forças da única superpotência que emergiria nos anos 90. Limitou-se a acompanhar o fim das maracutaias alagoanas, porém, no dia-a-dia, aproveitava-se da sua capacidade para fazer as transações corretas antes que seus concorrentes as pudessem fazer. Quando completou 50 anos, falava-se em neoliberalismo e globalização como se fossem as coisas mais certas do mundo. Sempre atento às potenciais fontes de capital, procurava aproveitar a onda tirando o máximo para si e suas empresas. Pouco se importava com os pobres que lhe pediam dinheiro quando parava de carro nos sinais de trânsito. Queria mais era aproveitar-se da dádiva inata que recebera, convertendo-a integralmente para o seu próprio benefício.

A reeleição de Fernando Henrique Cardoso foi mais uma previsão acertada e isto o fortaleceu, porque, nos meandros de sua mega prosperidade, não havia mais espaço para um ser apolítico, o que o levara a tecer alianças com os homens dos Poderes Executivo e Legislativo. Com a morte de Fidel Castro e o retorno das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba, pôde também ampliar sua atividade empresarial para o que era o último refúgio comunista das Américas. A Era de Aquários finalmente se estabelecia, mas ninguém se preocupava mais com isto. O que se desejava era tirar o máximo do semelhante e Jesus estava plenamente sintonizado com esta idéia. Candidatou-se a cargos eletivos porque sabia que se elegeria. Foi vereador e deputado federal, passando a opinar diretamente nas modificações de leis que a nova realidade do mundo exigia. Previa e constatava, indiferentemente, a chegada de missões a Marte e a queda de um grande meteoro na Europa Nórdica, pois era de seu conhecimento que nada disso afetaria as relações do mundo pós-moderno. Completou 60 anos reconhecido internacionalmente, tanto pelas riquezas acumuladas como pela sua atuação política, cada vez mais obsessiva. Em 2006, candidatou-se à presidência da República do Brasil. Apesar das certezas com relação a mais uma conquista, pela primeira vez na vida questionou o caminho que escolhera. Será que era realmente aquilo que Deus esperava dele? Por que Ele não lhe extinguira a capacidade de ver o futuro se isto somente vinha se traduzindo em vantagens absolutamente pessoais? Já não havia mais tempo para mudanças. Tornou-se presidente. Um presidente autocrático, apto a modificar as relações de seu país com o mundo. Pior: capaz de mudar as relações entre outros países sem a interferência direta do seu, tudo devido à sua grande perspicácia político-comercial.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui