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Penso em escrever o que eu gostaria de dizer a alguém, enquanto descasco maçã. Com descascador retiro a pele, com faca suas manchas. Fatias bem fininhas me revelam o que vem por baixo, cautela boa. Sei lá se tem bichinho? Como todas que não o contenha. Com o talo na mão corro, escrevo e divulgo o que pensei em escrever. Só que agora já esqueci.
Mas tenho alguma retentiva ainda. Retive que Gibran Khalil Gibran escreveu “Vossos filhos não são vossos filhos...”. É, a gente pode até cloná-los, mas... Aí pensei em responder suas perguntas com um “Meu descendente...” de início.
Posso recomendar a minha neta sobre o que comer, com este início, em lugar de “Minha neta...” . Então, eu completaria o que pensei: “Minha descendente, alguém lhe ensinou a dizer não, mas a certas coisas você pode dizer sim, principalmente ao que lhe ofereço, desde que o alimento não contenha glutenina. Pois esta é que lhe faz mal ao coração e lhe distende o abdômen.”
Posso responder a perguntas de qualquer pessoa do mesmo modo. A pessoa poderá me retrucar e dizer que não é meu descendente, com raiva como já aconteceu quando comecei com “Meu filho...”. Então, me ocorre em retrucar o retruque com uma saída pela esquerda, já que sou de Leão, dizendo:”Não lhe chamei de meu descendente. Disse apenas “Meu desce em dente”, ou seja, você é difícil de engolir, e não quer deglutir o que lhe digo. Prefiro a maçã.
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