CAINDO A MÁSCARA II
Filemon F. Martins
Depois de três anos de Administração petista, estamos nos perguntando: Era assim mesmo? O que aconteceu com as promessas do PT? E Luiz Inácio Lula da Silva é assim mesmo, só sabe discursar e viajar e nunca sabe de nada? O fato é que estamos cansados, decepcionados e desiludidos. Continuamos com a política dos corruptos e interesseiros. Somos vítimas dos que apostam na exploração dos que trabalham, porque para os espertalhões o que importa é “levar vantagem em tudo”.
Concluímos que fazemos parte de uma sociedade em decadência. Pior, sempre foi assim. A miséria cresce e a desonestidade campeia. E vai continuar assim? Agora, teremos o carnaval, uma festa em que o povo extravasa tristezas, esperanças e alegrias. Por alguns dias, estimulados pelas escolas de samba, o povo ri, canta e chora. É o ópio o povo, patrocinado pelo dinheiro público. Como na Roma antiga: pão e circo.
Quarta-feira é dia de cinzas. Ficamos inebriados por alguns dias, alguns instantes com a beleza produzida pelas escolas de samba, que com esmero capricham no visual do desfile. No restante do ano teremos mais desemprego, mais desigualdade social, mais aumento nas tarifas dos serviços públicos: luz, água, telefone, impostos e do custo de vida em geral e infelizmente menos saúde, educação, transportes e segurança.
Esquecemos tudo: a corrupção revelada através da mídia em 2005 será esquecida. Quanto mais tempo passar, menos deputados serão cassados. A imprensa e o próprio povo, embalado pelas matérias fabricadas pela televisão, esquecerão dos escândalos e muitos deputados escaparão da cassação com desculpas vazias e esfarrapadas. Como aquelas do Presidente, que afirma que não sabia de nada.
Será que teremos nossa quarta-feira de cinzas, quando iremos acordar para a realidade social e política? Será que iremos esquecer dos inúmeros problemas que afligem os brasileiros, provocados por uma “trupe” que há séculos governa o Brasil? Nossa esperança foi reduzida a cinzas... Será que nunca teremos solução para as questões mais urgentes e que paralisam o desenvolvimento brasileiro?
Em programa do PL, na televisão, o Ministro dos Transportes afirma que nestes últimos 03 (três) anos o orçamento subiu de R$ 2 bilhões para R$ 6 bilhões de reais. Cabe perguntar ao Ministro Arnaldo Nascimento por onde anda estes bilhões, se as estradas brasileiras, exceto as privatizadas e com pedágios caros, estão todas em péssimas condições? Em Minas Gerais, salvo algumas rodovias, como a Rodovia Fernão Dias, que está sendo preparada para a privatização, o resto está intransitável. Na Bahia, a malha rodoviária está totalmente destruída, até mesmo para quem está chegando a SALVADOR, como, por exemplo, as BR 242, BR 324, BA 156 e tantas outras. E pior, quando recuperadas, é colocado apenas uma borra de asfalto que logo fica deteriorada.
É impossível, nestas reflexões, não lembrar as palavras, sempre atuais e verdadeiras, do Mestre RUI BARBOSA: “DE TANTO VER TRIUNFAR AS NULIDADES, DE TANTO VER CRESCER AS INJUSTIÇAS, DE TANTO VER AGIGANTAREM-SE OS PODERES NAS MÃOS DOS MAUS, O HOMEM CHEGA A DESANIMAR-SE DA VIRTUDE, A RIR-SE DA HONRA E A TER VERGONHA DE SER HONESTO.”
É necessário que a sociedade brasileira se conscientize que o Brasil é um País rico, com um povo trabalhador e bom, mas é preciso dar um basta às embromações de políticos caras-de-pau. Querem ganhar o poder e com ele ganhar dinheiro vendendo o Brasil, como vem acontecendo nestes últimos 11 anos (8 com Fernando Henrique Cardoso e 3 anos com Luiz Inácio Lula da Silva). O carnaval termina e cai a nossa máscara. Vem a Realidade, vem a Quaresma e enquanto os espertos agarrados às benesses do poder se enriquecem cada vez mais, nós, os brasileiros continuamos a dançar no carnaval das ilusões, dos sonhos de um Brasil decente e das promessas não cumpridas.
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