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| Poesias-->Soneto Fúnebre -- 23/05/2000 - 14:23 (Magno Antonio Correia de Mello) |
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Com um sorriso fito o silêncio do relógio.
Uma banda lenta, em tristes tons langorosos
acompanha o cortejo. Meu curto necrológio
sai apressado e repleto de erros. O redator
explica-se pela emoção, mas nem me conhece.
No céu azulíssimo, as borboletas brincam
ironizando o caixão e seu passo de prece.
Dois amigos que nunca vi seguram as alças.
Deixam-me cair (cabum!) no meio do caminho
mas era mesmo muito pouco provável que algo
me incomodasse. Estou como sempre quis.
Abandonado por ti, por meu corpo, sozinho
pra enfrentar as trevas num mundo sem emoções.
Com um sorriso fito o silêncio do relógio. |
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