Publicado no jornal Diário do Nordeste, em 30 de setembro de 2005.
Michel Pinheiro
Juiz do JECC de Tauá - Ceará
Declarando-me admirador do Pe. Virgílio - aquele que escreve uma das colunas do semanário litúrgico-catequético da Igreja Católica, intitulado O DOMINGO, venho reportar-me ao texto publicado no último dia 25-9-05. Com o título REAVIVAR O CRISTIANISMO, vem ele cobrar ação dos cristãos. Inicia dizendo que “Jesus contesta nosso cristianismo feito apenas de palavras, porém vazio de conteúdos, sem nenhuma ação”. E continua informando que “é justamente aquele tipo de cristianismo estéril e sem incidência na sociedade de hoje que Jesus denuncia”. Mas não nega que há muitas obras, ações e gestos de amor gratuito que deve ser exaltado e promovido. No entanto, digo que para mudarmos a sociedade em que vivemos – se acreditamos que isto pode ocorrer – devemos partir para a atuação em várias frentes. A CNBB merece ser aplaudida por já vir demonstrando como deve agir o cristão na política: questionando, discutindo, manifestando seu repúdio sobre a corrupção nos meios políticos e cobrando dos representantes eleitos pelo povo medidas para reduzir a miséria e as desigualdades. O mundo requer atitude corajosa de quem acredita pertencer à religiosidade. Será se quando Jesus disse que não devemos nos preocupar com o nosso futuro, referindo-se à nossa própria subsistência, esperava contar com a solidariedade entre os terráqueos? O fato é que isto não ocorreu e pessoas morrem de fome, desnutridas, todos os dias. O Pe. Virgílio arremata com uma pergunta questionadora: “E para que servem as nossas discussões acerca da caridade e do amor cristão, incapazes de reverter a situação de miséria, injustiça e violência em que a sociedade continua se debatendo?” Urge, portanto, que deixemos nossa passividade...