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Artigos-->LITERATURA¬30 EDIÇÕES -- 20/02/2006 - 23:32 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
LITERATURA: 30 EDIÇÕES



Francisco Miguel de Moura*



Ao completar o 30º número, em dezembro de 2005, a revista LITERATURA, editada inicialmente em Brasília e agora em Fortaleza, é realmente a revista do escritor brasileiro de hoje. No meu entendimento ela representa muito bem a “Geração 60”, batizada pela escritora e historiadora da literatura, professora da USP Nelly Novaes Coelho. Quem é o editor da referida revista? Nilto Maciel, um dos melhores ficcionistas brasileiros da atualidade, estreante talvez não em livro mas em jornais e revistas daquela década. Quem faz o conselho editorial da publicação? Batista Lima, Enéas Athanázio, Francisco Miguel de Moura, Jorge Tufic, Leontino Filho, Nelson Hoffmann e Soares Feitosa, do qual o mais novo seja talvez o poeta R. Leontino Filho e o mais velho, o amazonense Jorge Tufic, que provém das ressonâncias do movimento de 45 em Manaus, e em virtude da distância dos centros culturais sulinos só veio a publicar no meado da década de 50. Como bem defini na minha “Literatura do Piauí” (Academia Piauiense de Letras/Banco do Nordeste, 2001), a “Geração 60 Brasileira”, é esteticamente indefinida, em virtude das inúmeras ideologias e correntes literárias/artísticas que viveram seus escritores – sendo assim uma espécie de prenúncio do que seria o “boom literário” que aconteceria no meado dos anos 70. E aquela geração, como talvez parte desta, a revista LITERATURA bem representa, pelas matérias divulgadas, pelas idéias de liberdade e justiça, pela luta entre o bem e o mal da política brasileira (e também pela mundial da “guerra fria”), numa encruzilhada entre os movimentos sociais e os opostos reacionários da “revolução” de 64.

Mas tudo isto é da competência dos críticos, deixemos então que eles decidam nos seus ensaios e nas suas histórias literárias.

Para nós, escritores, pesquisadores e leitores da atualidade o que interessa é o que é publicado e a credibilidade de quem o faz. No último número, acima mencionado, quem são os colaboradores? Além da entrevista (excelente) de Caio Porfírio Carneiro, Enéas Athanázio, Francisco Miguel de Moura, Everardo Norões, Glauco Ortolano, Nelson de Oliveira, Adelto Gonçalves, José Alcides Pinto, Rinaldo de Fernandes, Ronaldo Cagiano, Nelson Hoffmann, R. Leontino Filho, Francisco Carvalho, o próprio editor Nilto Maciel, Benedicto Luz e Silva (finalmente reapareceu), Sylvia Cintrão, Franklin Jorge – na parte de crítica, que é a principal da revista. Poemas muitos e bons de Artur Eduardo Benevides, Carlos Willian Leite, Clauder Arcanjo, Inês Hoffmann, Antônio Carlos da Mata, Marcos Scalabrino (italiano) e Benilson Taniolo, sem citar nesta relação os que já aparecem como autores de crítica, para não enfadar o leitor, pois é só pegar o índice da publicação. A revista acolhe também contistas do Brasil inteiro, consagrados ou não, experimentadores ou não. Vejam e leiam: Hiires Lassorian, Ana Carolina C. Fonseca, Roberto Schmitt-Prym, Almir G.Castro, Glauco Matoso, Cláudio Eugênio da Luz, Rodolfo Konder, Aldir Brasil Jr. e Ary Albuquerque que não se decepcionarão. São trabalhos da melhor qualidade. Ao fazer esta relação incompleta dos colaboradores do número 30, peço desculpas aos que por lapso deixaram de ser citados. E aqui cabe um adendo: há uma meia dúzia que permanentemente colabora e há os que o fazer com menor freqüência. Mas a publicação é aberta, quem quiser, tendo boa qualidade pode participar, desde que haja espaço e disponibilidade do colaborador para ajudar monetariamente ou comprando exemplares da edição. Isto não desmerece o escritor, é apenas a forma atual encontrada para que seus escritos saiam da gaveta e ganhem a rua, as cidades, os países. LITERATURA circula, dentro de suas possibilidades, no mundo, não é um revistinha apenas do Ceará e do Brasil. Notas sobre os autores, livros lançados, notícias literárias, acontecimentos sócio-literários, etc. e cartas (com opiniões) recebidas, nada pagam e são redigidas pelo editor com todo carinho e respeito.

Como podemos nós estar insatisfeitos com uma publicação espetacular desta, que além de atender a uma necessidade do momento, se lança na história da arte literária, pelos registros, anotações e criticas ao autor de hoje e de ontem, fazendo como que um chamamento ao leitor para a importância da literatura na vida do cidadão? Afrânio Coutinho já disse que “há cinco fenômenos que, no Brasil, se destacam como os mais autênticos e importantes, os mais característicos mesmo, do nosso povo: a música popular brasileira, o carnaval, o futebol, a religiosidade popular e a literatura.”

Portanto, não sabe quanto perde quem não lê a revista LITERATURA. A arte literária, de modo geral – é um “ato de amor e de determinação”, pertinente citação do leitor José Leite Neto. Outro depoimento que acho também importante é o de um leitor que, ao ler meu ensaio “A Importância da Leitura na Formação do Senso Crítico (ou A Leitura e o Mundo do Imaginário”), de pág. 29, da edição nº 30, diz ter chorado. Não o fiz para isto, mas compreendo que podem ter sido as razões do seu coração e do momento que vivia que o fizeram ir às lágrimas. De qualquer forma a outra razão e o intelecto funcionaram: é um elogio. Nilto Maciel, em carta que me fez, em 1º/8/2005, destaca trechos importantes de um leitor da LITERATURA, em Itaocara (RJ): “Nem sequer uma livraria temos na cidade (...); dias atrás, uma pessoa amiga de nossa família e que residia na vizinha cidade de Cambuci nos deu para ler um excelente, primoroso e magnífico conto de autoria do senhor, intitulado Aqueles homens tristes; nunca tínhamos lido conto tão lindo como esse: ficaríamos imensamente agradecidos se o senhor, pudesse nos prestar um grande favor, o que consideramos até uma caridade: (...) enviar para nós a sua antologia de contos e mais alguns livros de contos, crônicas e romances.”

Nilto Maciel explica que “o conto referido por ele, esse leitor, está na edição nº 26, de LITERATURA e que provavelmente o amigo de Cambuci lhe deu o exemplar, talvez adquirido num sebo. Isto é, nossa revista está no mundo.”

Literatura é ato de amor, em busca da libertação e da justiça, visando o alevantamento da humanidade, embora para muitos ela passe despercebida. Infelizmente. Mas felizmente temos muitos abnegados. Nilto Maciel é um desses.

________________________________

*Francisco Miguel de Moura, escritor brasileiro, mora em Teresina. E-mail: franciscomigueldemoura@superig.com.br Consulte na internete os sites “usinadeletras.com.br” e “jornaldepoesia”, este de Soares Feitosa.



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