A alameda estava no silêncio do tempo...
Parada, deserta, entregue ao mistério da noite
As poucas luzes eram sufocadas pela escuridão
Algumas como pontos cintilantes, flamejavam...
Na penumbra, após a rua, havia uma barreira
Formavam-se espectros dispersos em negrumes,
Mergulhadas na escuridão, submergiam ao acaso...
Era o quadro da noite mistificada em aquarela...
Uma tela escura, alvo ofuscante em negritude...
Cada ponto de luz simulava vidas.
Não iluminavam, guardavam as trevas...
Reprimiam os monstros noturnos,
Que eclodiam das mentes adormecidas...
Luzes eram pontos estratégicos
Escondendo o homem predador do homem...
Guardiã das paredes, portas, grades e janelas
Escondiam o mistério que cerca a alma...
Não estavam ali para desvendar o bem.
Silenciava o próprio homem, seu egoísmo...
Representavam um tratado de separação
Enclausuravam seres nos leitos adormecidos
Alheios a solidão da noite, a escassez do ser
Querendo livrar-se dos monstros do cotidiano
Alimentando nos travesseiros, suas próprias fantasias...
VALMIR FLOR ** VALFLORPAZ
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