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Poesias-->A ÚLTIMA DOR -- 27/05/2002 - 14:35 (VALMIR FLOR DA SILVA) |
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Meu coração sente
O Calvario do sofrimento que há em mim.
Degladeiam-se em meu corpo a fé e a esperança.
A noite faz abrigo no dia pra aceitar a dor
A dor que desejei, fosse a última.
De olhar aos olhares
Meus ouvidos se fartam de palavras.
Mas a dor perciste sem clemência
Aliviada pela inconsciência adormecida.
Olhares de desolação e consolo
São rastros do desconhecido misterioso.
Continuo na minha predestinação do tempo
Que não deu tempo pra revelação
Do que se poderia evitar!!!
Noite vai, dia vem
Um suspiro, um alento desalentador
O sofrer já virou rotina de espera.
Meu olhar já não se contem no que vejo
Não consigo enxergar a mim mesmo.
Meus ouvidos já não comportam
O silêncio do meu próprio infortúnio.
O fôlego da vida aflige o meu espírito
Que já se cansou do corpo que o abriga.
Minha consciência silencia a razão
Pra aceitar a dor que espera e deseja.
Meu corpo se transforma em objeto de matéria
Pronto pra ser desprezado e consumido
Minha alma busca a última dor!!!
A dor que libertará meu ser
A dor que abre as portas da eternidade
A dor que sela o meu tormento
A dor que me transportara para o céu!!!
Dor!!!
A última dor oculta e bela
Que revela o quanto frágil sou
Desconhecendo o encanto da eternidade.
Vilhena 23.11.95
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