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Artigos-->Médicos sem fronteiras - andré luiz aquino -- 18/02/2006 - 14:54 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Cyrus era um médico diferente dos outros, fora feito de um outro “barro” pelo criador.Formado em medicina com muitas dificuldades financeiras, jamais contentou-se em exercer a profissão numa pequena e confortável clínica.Ficara conhecido pelo seus colegas como “mãos leves” devido a habilidade fora do comum para suturar e conter hemorragias.Sentia uma irresistível atração por salvar vidas.Passou toda a sua residência em ambulatórios socorrendo vitimas de acidentes de trânsito.Especializou-se em cirurgias.Reparar corpos e almas.

Numa noite quando voltava para casa teve uma visão. Uma senhora muito magra lhe estendia a mão e pedia para que salvassem seus filhos. A imagem se sobrepunha a tudo que seus olhos enxergavam de forma que ele teve que parar seu carro de tão pungente que era aquele sinal. Ele entendeu a mensagem. No dia seguinte estava no escritório dos Médicos sem Fronteiras. Embarcava para Etiópia em três dias.

O choque foi imediato quando por lá chegou. Seus olhos já tinham visto muitos corpos dilacerados, mas vidas se exaurindo como aquelas, nunca. O cheiro da morte estava no ar. Fora recebido com grande alegria pelos seus colegas. Porém, eles foram realistas e lhe contaram que a situação naquele campo de refugiados era muito grave. Pouco poderia ser feito alem de se aliviar um pouco a dor daquelas pessoas moribundas.

A imagem era chocante. Milhões de pessoas morrendo de fome. Cyrus lutou muito durante meses tentando salvar aquelas pessoas. Mas quase todas elas estavam morrendo.

Aprendeu a falar o idioma e a cavar sepulturas. Uma vez um velhinho em seu leito de morte lhe pediu:

- Quando cavar minha cova você poderia deixá-la rasa para que eu possa sentir a chuva?

Enterrou muita gente. Crianças, velhos e adultos. Cavou fundo para enterrar todos eles, menos aquele velhinho. Ele cumpriu seu desejo. Em alguns sepulcros ele colocou conchas do mar. As mesmas que ele pegou na praia quando enterrou seus pais.

Foi quando ele finalmente vê a imagem que mudou a sua vida. Uma mãe no meio de milhares de outras pede para que seus filhos fossem salvos. Não havia sido delírio de sua mente. Estava acontecendo de verdade. Cyrus nesse momento caiu de joelhos pedindo forças pra um Deus que o conhecimento e a razão tinham lhe afastado.

Dos 2 milhões de refugiados que naqueles dois anos viveram naquele campo ao norte da Etiópia apenas 400 mil sobreviveram.Entre eles uma mãe e seus três filhos.Graças a um médico que não conhecia fronteiras para o amor pela raça humana e deixou tudo para salvá-los.Salvando as pessoas Cyrus também salvou a si mesmo.Não se podemos mais consertar esse mundo, mas podemos sim salvar nossas almas.

Na Etiópia, Cyrus conheceu Geena, uma enfermeira dinamarquesa. Hoje eles estão aí pelo mundo espalhando esperança e salvando vidas.A última carta que recebi deles foi da Cashemira no Paquistão.As vitimas daquele terremoto certamente estavam recebendo uma ajuda e tanto.A filha de Cyrus e Geena está a caminho.Vai se chamar Syrian, o mesmo nome da mãe etíope que mudou para sempre a história daquele médico sem fronteiras.Na verdade um mudou a vida do outro pra sempre.



P.S.: O link que deixo abaixo é chocante, embora esteja em inglês a suas imagens não necessitam de traduções. Ele mostra claramente o mundo onde vivemos. Enquanto uns engordam, outros morrem de fome.É este o mundo onde nossos filhos vão crescer e estão crescendo.Há bens sobre a face da terra que não enferrujam e nem serão levados pelo vento.No fim são eles que realmente importam.O destino da humanidade já está selado.Lágrimas já não são mais o suficiente para nos salvar.

http://ms.radio-canada.ca/archives/2005/en/wmv/disaster_relief19841101et1.wmv



Andre Luis Aquino



http://andre.aquino12.blog.uol.com.br/

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