Deparei neste final de semana com a notícia de que o setor público é o maior empregador no Brasil, confirmada pelo IBGE. Isso eu não tinha a menor dúvida: é nego como a praga, concursado ou que entrou pela janela, a velha fórmula de apadrinhados funcionários nas instituições oficiais, produzindo um serviço de última categoria e da pior qualidade possível.
O brasileiro mesmo quando precisa de algum serviço de estatal, vai logo rezando o dia todo para não ser preterido no seu atendimento, contando com uma fila quilométrica e com a cara mais carrancuda dos atendentes. Óxe, é cada uma que se ver que num tem no mundo quem entenda.
As instituições oficiais estão entupidas de apaniguados que mais se ocupam em auto-promoção do que em desemperrar a máquina administrativa, salvo raríssimas exceções mesmo. Isso sem contar com o cabide de emprego eleitoral, que assegura aos promotores desta prática deplorável, a afixação de profissionains incompetentes, cheios de má-vontade e que perpetuam esta esculhambação que o órgão público brasileiro reflete como imagem do fiel retrato da realidade nacional. E é tanta gente nos locais mais improdutivos de fazerem falta nos serviços mais necessários. Onde se fizer o emprego, para esta gente, tem que dar pouco trabalho. E onde se precisa de real atendimento, a coisa anda capenga. E isto nas esferas federais, estaduais ou municipais. Prefeitura, virgem! Aí é que o negócio é feio: onde se resolveria com um mínimo sensato de pessoal, sustenta milhares que lá nem pisam mas que auferem seus vencimentos com regularidade implacável. Isso sem falar nas assessorias dos deputados, nos gabinetes dos secretários e ministros, em qualquer autarquia da administração direta ou indireta, locais onde a explosão demográfica chegou para ficar inchada. E esse problema, nem sinal de se enxugar, permanecendo obesa na desfaçatez dos governantes.
No caso municipal, a coisa é mais gritante mesmo: tem cidade que se sustenta com o salário dos servidores públicos, devido nenhum outro desenvolvimento de atividades produtivas. Eles fazem o consumo girar nessas localidades. E se inventarem de mexer nisso, a coisa vai dar cada chapuletada no projeto, vai ser tanto puxa dali, encolhe daqui, dele se estirar tanto de ficar quase a mesma coisa de não se ter feito nada. Isso, reconfirmando que uma reforma administrativa revela-se uma verdadeira utopia vez que quando se começa a discutir o assunto, a trupe da corda-de-guaiamum faz maior vuque-vuque e a coisa fica mais imprestável do era anteriormente. Por isso eu mesmo torço para que nunca precise de utilizar-me destes serviços, fugindo ao máximo de ter que me ver em palpos de aranha. E olhe que quando o cabra se enrola com isso, é bicho do cabra sair sem arranhuras na reputação ou na paciência. E só sai puto da vida! Eita, desgraceira!
Será que após as eleições que vem a gente vai poder constatar uma melhorada de verdade no serviço público, ou virá mais um que deixará a coisa escorrer molezinho, como sempre. Temos que pagar prá ver! Feliz 2003 e ponto final.