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Poesias-->Meu amor partiu para a eternidade (in memorian) -- 26/05/2002 - 02:46 (DENIS RAFAEL ALBACH) |
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Na memória
Portões de sua morada eterna,
Brusca nuvem sob o céu a vigia.;
Os capins que crescem ao redor
São flores, e as nuvens melodia.
Mas não há sol sobre o retrato
Que alguém pôs na frente de sua casa.;
E as nuvens que soam melodia
São tristes sons que o meu coração arrasa.
Não há porão e o teu teto é fechado,
Tem janelas que não se abrem e é puro
O anjo que ali eternamente dorme
Nesse túmulo que é escuro.
Uma vez me despedi, o último adeus
O último dia que estive por lá chorei
E minhas lágrimas te entregaram a Deus
Pelo tempo todo que contigo fiquei.
Eu nunca mais voltei por á.
Eu nunca mais voltei a vê-lo.;
No meu canto somente o pranto
Me contorce e tento escondê-lo.
Quando se abrem teus portões envelhecidos
Rangem as entradas do teu mundo.;
Onde o nada e o nunca são eternos
Foi onde deixei meu ser mais profundo.
Não há rosas sobre espinhos
Nem pétalas na coroa deixada.
Eu confessei o meu sofrimento e o meu amor
Ao pé de sua nova morada.
Somente na memória e não há glória
Mais ilustre que a lembrança que continua.
Nem mesmo o tempo e o meu lamento
Podem apagar a recordação que é toda sua.
Distante da vida se encontra a tal morte
Que é uma só e a é para sempre. Assim o quis.
E o tempo que escreve como o destino que é breve
Uma só vez - ou taõ bom ou infeliz.
Passei a vê-lo na contemplação do infinito
E uma miragem iluminada pude vê-la,
Que depois que partiste, o ponto mais bonito
Era no céu que cintilava uma nova estrela.
Foste a folha desprendida antes do outono
A terra chamou-a ao chão.
Foi fel e foi amargo instante onde me deixou
Na tão imprópria estação.
Primavera de flores frágeis e chorantes
Descobrindo dia-a-dia a passagem
Viu também, um dia, a tua ida
Na indesejada e triste viagem.
Eu fiquei por último a rcordar-te
Nas imagens que o cinema não registrou.
E o coração inflamado de amor
Nenhum outro poema dele já falou.
Até passei por lá, outra vez, à beira dos portões
Que às vezes o vento range
Quando o vento vai vê-lo.
E o vento que me viu sem coragem
De ranger os portões esqueceu
Para vir dele me dizê-lo.
Todas as noites vão pássaros e cantam
Às grades de onde dormes
Embalando o teu sono bom e acomodado.
Numa dessas vezes quis entrar
E as flores entregá-lo -
Os portões estavam fechados.
A saudade tece laços que são nós em todos nós
E se prendem no esconderijo sem tocá-lo.
Crescem os capins que são flores descuidadas
Ao túmulo que não pude ir cuidá-lo.
A saudade são nuvens bruscas
Que lá de cima vão te vigiar.
Durma em tranquilidade meu bem,
Que de fora o teu sono vou velar.;
Do me choro molhei a terra,
Enxarcada, fazendo lagos de saudade.;
Do meu choro, do distante de onde estás
Tão longe e não posso vê-la, a eternidade.
Por que me deixou sem adeus, simplesmente...
Por que me deixou sem dizer "até outra vez".
Deixou-me e a dor que minha alam agora sente
É toda dor e é só dor que asism o fez.
Ponho-me a contemplar os teus retratos
São imagens que já as gravei no infinito.
E sem dúvida é que deduzo
Que tudo já devia estar escrito.
Não posso olhá-lo nem encontrá-lo por aí
Como o sol faz as sombras na estrada sincera.
Não me queixas se as flores que lhe dei murcharam
Já que estás onde eterna é a primavera. |
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